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União Européia sinaliza com isenção para o etanol brasileiro

A União Européia (UE) muda a estratégia de inibir a comercialização do etanol brasileiro nos países da região.

A comissária de Agricultura e Desenvolvimento rural da UE, Marianne Fischer Boël, anunciou que o etanol deve ficar sem tarifa de entrada na região, favorecendo a exportação do produto brasileiro. A declaração foi feita ontem durante sua primeira visita ao Brasil, onde se reuniu com membros da Confederação da Agricultura e Pecuária do (CNA) e demais entidades do Fórum Permanente de Negociações Agrícolas Internacionais.

De acordo com o presidente da Comissão Nacional de Comércio Exterior da CNA, Gilman Viana Rodrigues, a isenção deverá ocorrer em função da pressão interna do mercado europeu, que necessita de uma oferta de etanol superior ao volume produzido pelos países da região. “O setor industrial da UE, em especial o das indústrias automobilísticas, é muito forte e pode dispensar o apoio interno por parte do governo, pressionando-o a favor do mercado”, afirma Rodrigues. Boël ainda não confirmou uma data para o início da isenção, mas revelou que a movimentação se deve ao aumento da demanda por etanol que a UE terá até 2020.

No primeiro semestre de 2007 uma série de estudos feitos pela UE mostravam que até 2020 o bloco iria importar um volume de biocombustíveis equivalente a 2% de seu consumo de combustíveis para transporte. Em julho, um levantamento feito por Bruxelas destacava que a intenção do bloco era ter elevar seu consumo de etanol para 10,8 milhões de toneladas até 2020, importando apenas 20% do volume total. Na ocasião ainda foi elaborado um projeto de lei para exigir que fosse permitida no mercado europeu a entrada apenas de biocombustíveis certificados. A estratégia seria manter o mercado fechado enquanto não pudesse fazer frente a concorrência brasileira, buscando aumentar a produção interna por meio de novas tecnologias e maior produtividade da terra.

Em mais uma sinalização de interesse em ampliar o intercâmbio entre o Brasil e a UE nesse setor, o diretor de Comércio e Indústria do Ministério da Agricultura, Natureza e Qualidade de Alimentos dos Países Baixos, Roel Boel, afirmou que o Brasil é um exemplo para o mundo em bioenergia e será o parceiro ideal para a Holanda porque é um importante exportador nesta área.

A afirmação foi feita durante o Seminário Soy Responsible Food and Fuel (Agricultura Sustentável no Brasil), na Holanda, onde Boel esteve reunido com o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes, e o governador do Mato Grosso, Blairo Maggi.

Segundo informações do Ministério da Agricultura brasileiro, Boel afirmou durante o evento que a Holanda é um país pequeno e terá de importar bioenergia de fora de seu território e fora da Europa. “O desempenho do Brasil com a utilização do etanol para o equilíbrio da energia mundial é impressionante”, avalia Boel.

No setor de bioenergia, a preocupação com a sustentabilidade do cultivo de soja ainda é o grande destaque. Durante o evento, o ministro Stephanes garantiu aos europeus que o plantio da soja não ameaça o meio ambiente e que ela é cultivada apenas em 3% do território brasileiro.

“O Brasil tem uma legislação avançada e técnicas modernas e eficazes de controle de desmatamento”, diz Stephanes. O ministro foi apoiado por Blairo Maggi, governador do Mato Grosso, onde os produtores de soja estão sofrendo uma moratória assinada por organizações não-governamentais (ONG), como Greenpeace, Worldwide Fund for Nature (WWF) e Solidariedad, e grandes importadores; 40% do território do estado se destinam ao cultivo de soja.

Negociações

Aproveitando a visita da comissária de Agricultura, representantes da CNA aproveitaram para pedir uma colaboração para a conclusão da Rodada de Doha, mas Boël, alinhada ao posicionamento da UE, insiste em que o Brasil reduza as tarifas dos produtos industrializados. Em relação às restrições do Reino Unido à carne brasileira, ela teve um discurso menos crítico e se mostrou favorável a continuidade das exportações.

Durante o evento, Boël admitiu que, caso os preços do mercado internacional de leite voltem a cair, a UE poderá retirar o subsídio de exportação ao produto. “Apesar de não haver definições, a reunião foi produtiva e necessária”, avalia Rodrigues, da CNA.

A União Européia está abrindo as portas para o etanol brasileiro. Ao mesmo tempo em que a Holanda sinaliza a importação do biocombustível brasileiro, a comissária de Agricultura e Desenvolvimento Rural da União Européia, Marianne Fischer Boël, em visita ao Brasil, anunciou que o etanol deve ficar sem tarifa de entrada na região, favorecendo a exportação do produto nacional.

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