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Umoe prevê lucro em etanol só em 2013

O amadurecimento dos investimentos já feitos é a mesma resposta dada pelo executivo quando questionado sobre novas aquisições em etanol no Brasil. “Mantemos o olho nisso. Mas antes, quero ter certeza de que minha própria indústria vai bem”.

” Agora é hora de concluir os investimentos feitos e aguardar como vai se desenrolar a política brasileira para o biocombustível. Se os preços da gasolina continuarem subsidiados, talvez faça sentido ir para açúcar”, avalia.

Sobre sua aposta em etanol e eletricidade, Ullveit-Moe garante que, apesar dos tropeços, ainda acredita que está “no melhor país do mundo” para se investir e que segue apostando no negócio. A diversificação para açúcar faz sentido, segundo o executivo, mas o próximo passo só será dado após a consolidação da usina já existente.

Na temporada 2013/14, no qual a empresa espera ter seu primeiro lucro no Brasil, a moagem de cana deve atingir 3,1 milhões de toneladas, devido à expansão de 10 mil hectares de canaviais programada para este ano.

A produção de etanol hidratado vai crescer 23%, para o equivalente a 210 milhões de litros neste ciclo, com a diferença que 40% desse volume será convertido em etanol anidro (que é misturado à gasolina). Neste ciclo, começa também a operar em Sandovalina uma planta de cogeração de energia elétrica a partir do bagaço de cana. A capacidade é para produzir 60 Megawatts (MW), dos quais 25 MW já foram vendidos no mercado.

Ulltveit-Moe conclui neste ano um ciclo de US$ 300 milhões em investimentos no negócio de etanol no Brasil. Há duas safras como sócio da Copersucar (maior comercializadora do biocomb ustível e de açúcar do país), a Umoe Bioenergy começou a operar em 2009 com duas usinas na região do Pontal do Paranapanema (SP), distantes 25 quilômetros uma da outra. Desativou a mais antiga, a Narandiba, e direcionou a cana-de-açúcar para ser moída na planta mais moderna, a Sandovalina, que neste ano deve processar entre 2,2 milhões e 2,3 milhões de toneladas da matéria-prima, de 15% a 20% mais do que o 1,9 milhão de toneladas do ciclo recém concluído.

Após injetar recursos próprios em uma sociedade com um grupo canavieiro do Brasil que não deu certo, assumir carreira “solo” na continuidade do projeto no auge da crise de 2008 e colocar o negócio para funcionar com safras consecutivas de problemas climáticos, o executivo parece estar conformado com mais um resultado negativo em 2012, mas esperançoso com os lucros que pretende, enfim, obter a partir do ciclo 2013/14.

No Brasil, sua controlada integral Umoe Bioenergy saiu de uma receita de R$ 90 milhões em 2010 para R$ 201 milhões em 2011. O prejuízo “melhorou”, de R$ 44,2 milhões para R$ 25,6 milhões e o resultado operacional (Ebitda) de R$ 3,4 milhões para R$ 37,1 milhões, na mesma comparação.

Tradicional produtor de sanduíches (tem mais de 250 restaurante nos países escandinavos, entre eles os das redes Burger King e Friday’s), botes salva-vidas (é um dos maiores produtores do mundo), transportes marítimos e Tecnologia da Informação (TI), o Umoe Group faturou em 2011 o equivalente a R$ 1,594 bilhão com todas as suas operações.

O empresário norueguês Jens Ulltveit-Moe, dono da Umoe Bioenergy, prepara-se para ter em 2012 sua terceira safra consecutiva de prejuízo desde que colocou de pé, em 2009, seu negócio de produção de etanol no Brasil, iniciado em 2007. Resignado com as decisões erradas que tomou no passado – a primeira delas a de produzir etanol apostando num incerto mercado de exportação -, Ulltveit-Moe se diz mais satisfeito com a operação que ele vem descobrindo ser muito, mas muito dependente da parte agrícola para dar lucro.

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