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Uma acomodação industrial em julho

Os dados de julho da Pesquisa Industrial Mensal do IBGE sugerem que a produção física da indústria se desacelerou tanto na comparação entre os primeiros semestres de 2004 e de 2005 como com julho de 2004.

Mas, embora seja evidente a acomodação industrial, não se justifica uma forte preocupação com o ritmo da atividade, pois parte das quedas se deve a fatores pontuais.

Sete das 14 áreas pesquisadas pelo IBGE, em julho, acusaram aumento da produção e sete mostraram declínio. Em julho de 2004, nove áreas haviam crescido e cinco, declinado. O IBGE avalia que o resultado de 2005 foi influenciado negativamente pelo menor número de dias úteis no mês e porque em julho de 2004 a produção industrial iniciava um ciclo de alta.

No Ceará, onde a produção caiu 6,3% entre julho de 2004 e julho de 2005, houve paralisação da produção de castanha de caju e queda na oferta de bens de metalurgia.

No Rio de Janeiro, foi interrompida a atividade de uma refinaria de petróleo, contribuindo para reduzir em 1,6% a produção industrial. No Rio Grande do Sul, o clima desfavorável fez declinar em 20,9% a produção de fumo, o que, somado à queda de 25,8% da produção de máquinas e equipamentos, levou a atividade industrial no Estado a declinar 8,7%.

Em outras regiões, a indústria avançou. A produção física de petróleo, álcool, celulares e motocicletas foi decisiva para os resultados positivos da indústria no Amazonas e na Bahia.

Em Minas Gerais, a produção industrial de julho aumentou 6% na comparação com julho de 2004, completando 24 meses de expansão ininterrupta. A produção de minério de ferro, pela Vale do Rio Doce, de veículos automotores e de estruturas de ferro e aço ajudaram a explicar a alta.

Em São Paulo, a indústria cresceu 5,5% no acumulado deste ano, comparativamente ao mesmo período de 2004, embora, no mês, o crescimento tenha sido de apenas 1% na comparação com julho de 2004 .

Dois fatores favorecem a indústria brasileira: a diversificação de atividades e o volume produzido para exportação. Além disso, os indicadores de investimento continuam favoráveis, o que permite criar condições para atender à demanda futura.

Um fator positivo para parte da indústria, e desfavorável para outra, é a elevação dos preços dos derivados do petróleo, pois ao encher o tanque do automóvel, o consumidor deixa de adquirir outros bens e serviços.

O boletim Focus, do Banco Central, registra que a expectativa de crescimento da produção industrial em 2005 caiu para 4,18%, em 9/9, ante 4,48%, na semana anterior. Mas as projeções do Focus para o PIB são de crescimento de 3,21%, ante 3,19% na pesquisa passada.

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