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Um Pernambuco de cana

Ficou pronto o primeiro levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) sobre a produção de cana-de-açúcar no Brasil na safra 2006/2007, na qual se prevê um recorde de produção com a marca de 423,4 milhões de toneladas colhidas. É o reflexo típico da cultura mais rentável no Brasil de hoje onde, apesar do dólar a R$ 2,20, o setor consegue ser o maior do mundo, o mais produtivo e o que mais cresce.

Pelas contas da Conab, devemos produzir 584,9 milhões de sacas de 50 quilos e mais 17,8 bilhões de litros de álcool (hidratado, anidro e neutro) e gastar cerca de 46,4 milhões de toneladas para produzir cachaça, rapadura, ração animal e sementes para plantio.

O interessante desses números é que eles revelam a redução da participação do Nordeste nesta festa. Junto com o Norte, a Região deve contribuir com minguados 13,2% da produção total. O Centro-Sul será responsável por 86,8%. Pernambuco está nessa festa com menos de 5%. Já tivemos, em 1975, 19% de toda a produção brasileira, mas corremos o risco de ter uma produção residual. Só para dar uma idéia do crescimento da lavoura este ano, as novas unidades acrescentarão 5,4% a área plantada, passando de 5,8 milhões de hectares em 2005/2006 para 6,2 milhões de hectares. Trocando em miúdos: O Brasil vai acrescentar um Pernambuco na sua área plantada de cana-de-açúcar, mas o Estado não tem previsão de inaugurar nenhuma nova usina ou destilaria.

De coadjuvante para residual

O pesquisador Sérgio Kelner Silveira, da Fundação Joaquim Nabuco, explica que o Nordeste corre o risco de ver sua produção de cana-de-açúcar passar de coadjuvante para residual. No caso de Pernambuco não há espaço para apropriações de terra na Zona da Mata, onde não há área para expansão. Chegamos no limite máximo de 430 mil hectares plantados. Segundo ele, a saída seria a diversificação do portfólio de produtos, buscando diferenciação e agregando valor à produção como açúcares especiais e álcool fino.

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