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UFPR produz etanol com bagaço e palha da cana

Departamento de Química da Universidade Federal do Paraná (UFPR) acaba de concluir a primeira fase de um projeto que tem como objetivo extrair o etanol de resíduos da própria cana-de-açúcar, como o bagaço e a palha. O custeio da pesquisa foi feito por um grupo da União Europeia. Se viabilizada comercialmente, a mistura deste tipo de etanol ao puro poderá derrubar os preços para o consumidor.

Integrantes desse grupo estiveram presentes no laboratório da instituição, na semana passada, para ver de perto os resultados. O chefe do projeto na União Europeia, Jose Ruiz-Espi, explicou que, agora, as fases seguintes da pesquisa serão executadas na Europa. “”Ficamos muito contentes com os resultados obtidos. O trabalho feito no Brasil foi excelente. Superou as nossas expectativas””, disse, enfatizando ainda que o grupo firmou parcerias com instituições de ensino brasileiras em outras áreas.

O coordenador da pesquisa na UFPR, Luiz Pereira Ramos, comentou que já estão sendo feitos contatos para que as próximas fases sejam custeadas por parceiros do Brasil. “”Essa oportunidade que tivemos foi excelente, porque conseguimos uma estrutura completa, batalhamos nos estudos e chegamos a um resultado surpreendente. Não podemos parar””, acrescentou.

Há algumas pesquisas feitas no Brasil e em outros países para descobrir a viabilidade de transformar o bagaço e a palha da cana em etanol. Existem também empresas que estão queimando o bagaço para produzir energia, que é utilizada para diminuir os gastos da produção final. Mas Ramos explicou que o etanol produzido por meio do reaproveitamento dos resíduos da cana tem a mesma qualidade que o feito com o insumo puro. “”Por isso, os dois podem ser misturados com maior aproveitamento do material e com menor poluição ao meio ambiente””, enfatizou. Normalmente, a palha é toda queimada e desperdiçada. O bagaço geralmente não é to do reaproveitado e, o que sobra, é incinerado.

Segundo Ramos, o projeto começou com o valor da segunda geração do etanol mais de cinco vezes maior do que o da primeira, com base só da cana. Ao final das pesquisas, essa diferença caiu para mais da metade. Ele ressaltou que quanto mais usinas aderirem à mistura dos dois tipos de etanol, mais o custo poderá ser barateado. Dessa forma, o resultado final poderá não onerar o bolso do consumidor e ainda aumentar a proporção de energia renovável no país.

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