UE vai tentar restabelecer negociação com a OMC

Os governos dos países que integram a União Européia (UE) aprovaram um plano na tentativa de restabelecer as negociações da Organização Mundial do Comércio (OMC) para um acordo que permitirá injetar US$ 520 bilhões na economia mundial.

Pascal Lamy, comissário do Comércio da UE, sugeriu deixar de lado propostas de investimentos, concorrência, burocracia alfandegária e contratos estatais, a fim de impulsionar as conversações que se reiniciam em 15 de dezembro. As negociações estão suspensas desde a fracassada reunião de setembro da OMC, em Cancún no México. Naquela ocasião, Lamy propôs desistir dos assuntos ligados a investimentos e concorrência para que o encontro fosse bem-sucedido.

“A intenção era apoiar a proposta de Lamy de modo a retomar as negociações”, disse Adolfo Urso, vice-ministro italiano de Atividades de Produção, a uma comissão do Parlamento Europeu em Bruxelas. A proposta de ontem, apoiada por 25 ministros do Comércio foi elaborada para “enviar um importante sinal” aos demais negociadores comerciais, acrescentou.

Os esforços do bloco europeu para ressuscitar as conversações internacionais surgem em meio às crescentes tensões comerciais. Os Estados Unidos enfrentam tarifas da União Européia , Japão e Noruega superiores a US$ 2,3 bilhões sobre suas exportações este mês. Essas tarifas surgiram em represália às taxas impostas pelos EUA para proteger suas siderúrgicas.

A UE planeja introduzir gradualmente outros US$ 4 bilhões em sanções, a menos que os Estados Unidos mudem sua legislação fiscal. A China ameaçou revidar contra o controle norte-americano sobre suas exportações têxteis e discorda das taxas sobre suas vendas de aparelhos televisão.

As negociações da OMC foram beneficiadas em setembro quando países em desenvolvimento, incluindo o Brasil, se recusaram acatar as propostas que a UE desejava incluir nos estatutos da OMC.