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UE recusa oferta do Brasil na questão do açúcar

A União Européia (UE) recusou uma oferta feita pelo Brasil de solucionar a disputa envolvendo o comércio do açúcar de forma pacífica. Na noite da última quinta-feira, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, se reuniu com o comissário de Comércio da UE, Pascal Lamy, em Atenas. Um dos temas tratados foi o prejuízo que os subsídios dados pelos europeus aos seus produtores geram aos interesses brasileiros.

O Brasil estuda, com Austrália e Tailândia, levar o caso para o julgamento da Organização Mundial do Comércio (OMC). Na quinta-feira, porém, Amorim fez, possivelmente, uma última tentativa de convencer os europeus a aceitarem um acordo para evitar que mais um longo conflito seja estabelecido em Genebra.

O Brasil alega que, ao dar subsídios aos seus produtores, a UE estaria prejudicando a competitividade do produto brasileiro no mercado internacional. Além disso, os europeus estariam contribuindo para que o preço do açúcar não se recuperasse. No total, o setor açucareiro no Brasil estima que as perdas são de US$ 1 bilhão por ano por causa da política européia.

O Itamaraty, portanto, acredita que se a UE concordasse em dar algum tipo de compensação pelos prejuízos, o governo desistiria de levar o caso à OMC. Uma das alternativas seria um maior acesso ao produto brasileiro no mercado europeu. O Brasil alega que os prejuízos que sofre são em terceiros mercados, mas não descarta que a compensação pudesse ser feita na própria Europa.

Outra possibilidade que poderia ser avaliada pelo Itamaraty seria se os europeus dessem algum tipo de compensação no comércio de outro produto. Caso a UE desse sinais neste sentido, o Itamaraty garante que o tema seria estudado pelo governo.

Segundo altos funcionários do governo brasileiro que participaram da reunião em Atenas, Lamy deu sinais ao Itamaraty de que uma proposta de compensação é inaceitável para Bruxelas. A delegação brasileira, portanto, saiu da reunião com a UE convencida de que terão de levar o caso à OMC se quiserem evitar que os subsídios europeus continuem afetando as exportações nacionais.

O próximo passo no processo será a conclusão de um estudo econômico que mostre que Brasil, Austrália e Tailândia são prejudicados financeiramente pela política européia. Com a comprovação, estaria a aberto o caminho para uma intervenção da OMC.

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