UE quer uma 2ª geração de biocombustível
A União Européia aprovou ontem um orçamento de 68 milhões para que pesquisadores europeus estudem uma segunda geração de biocombustíveis. O objetivo é o de encontrar um produto que seja mais adequado tecnologicamente que o etanol e com impactos ambientais menores que a plantação de cana-de-açúcar. Embora o biodiesel e o etanol estejam entrando no mercado numa escala cada vez maior, seu uso generalizado vai levantar problemas em relação ao meio ambiente e à tecnologia, afirmou a UE em comunicado.
Ela está elaborando uma nova estratégia energética para a Europa.
A segunda geração de biocombustíveis seria feita a partir de uma síntese de biomassa em laboratório. Segundo a UE, esse processo garantiria a qualidade necessária para um combustível, além de um maior padrão ambiental.
Com os recursos liberados ontem, os cientistas iniciarão estudos e um dos projetos será escolhido para ser testado. A EU avaliará o produto com base nos custos, emissões de gás e eficiência energética.
A EU também optou ontem por iniciar um estudo sobre quais são as barreiras para a ampliação do uso da biomassa como combustível, seja nas indústrias, no setor energético ou nos transportes.
Bruxelas quer que 5,75% do mercado de energia do bloco venha do biocombustível até 2010. Para 2020, a meta é 20%.
Muitos países, porém, ainda resistem em pôr em andamento seus programas de incentivo para o uso do biocombustível.
Apesar de todos os planos, os compromissos políticos até agora não foram transformado em ações. A estratégia anterior da UE, formulada há cinco anos, era a de conseguir que, até 2005, 2% da energia no continente fosse gerada pelo etanol.
Mas muitos países sequer têm um plano ainda de como farão isso.
No ano passado, a Comissão Européia, órgão executivo da UE, chegou a ser obrigada a abrir processos contra sete países que não seguiram suas recomendações e estabeleceram metas abaixo do proposta pela UE para o uso do etanol.
Em 2004, quem mais produziu o biocombustível foi a Espanha, com 194 mil toneladas de etanol.
Mas segundo os analistas, essas são taxas ainda muito baixas e inferiores à média mundial. Hoje, cerca de 10% dos combustíveis no mundo são feitos a partir da biomassa, mas o Brasil e os Estados Unidos são os grandes responsáveis por essas taxas.
Diante da baixa adesão dos países europeus, a Comissão Européia estuda a possibilidade de transformar o uso do biocombustível em obrigatório, e não apenas uma recomendação.