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UE mostra hoje proposta de corte de subsídios

A União Européia (UE) apresenta hoje a proposta de cortes de tarifas para produtos agrícolas, esperada pelos demais países da Organização Mundial do Comércio (OMC) há semanas.

Mas ontem, na Inglaterra, o presidente da França, Jacques Chirac, anunciou que vai vetar qualquer acordo na conferência de Hong Kong, em dezembro, se os interesses de seu país não forem atendidos. A ameaça foi vista de forma negativa na organização e como sinal de que os países protecionistas não pretendem a flexibilizar posições.

Em Hong Kong, os países terão de fechar um entendimento sobre o ritmo da liberalização dos mercados.

Mas as posições dos governos não são convergentes.

Os europeus propõem um corte médio de 24% nas tarifas; o Brasil espera 57% e os americanos querem redução ainda maior. Os europeus pretendem manter cerca de 200 produtos, entre eles o açúcar, com certas proteções, mas o Brasil acredita que o máximo deva ser de 20 produtos.

Pressionado, o comissário de Comércio da UE, Peter Mandelson, iniciou consultas internas sobre uma nova oferta. Mas já alertou que a proposta não deverá ir muito além do que já existe.

Para os franceses, o corte proposto já é suficiente e, se as tarifas caírem além disso, a UE estará indo além de seu mandato. O presidente da Comissão Européia, José Manuel Durão Barroso, afirmou ao jornal francês Le Figaro que a proposta à OMC não ferirá o mandato.

A oferta, afirmou, será condicional, o que poderá significar um novo obstáculo para as negociações. A UE insiste que não pode abrir o mercado agrícola se não houver avanços em áreas como a liberalização de mercados emergentes para produtos industriais. Segundo Barroso, a proposta terá repercussão em bens industriais, serviços e propriedade intelectual.

Em Genebra, o embaixador do Brasil na OMC, Clodoaldo Hugueney, afirma não depositar muita confiança de que a nova proposta conseguirá desbloquear a negociação. Hoje, ministros do Brasil, Estados Unidos, UE, Índia e Austrália ouvirão Mandelson, em videoconferência, explicar a nova proposta que, segundo fontes, pode apresentar diferentes cenários. No Itamaraty, é consenso que, na diplomacia, não se chega a um acordo por videoconferências. J.C.

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