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Transportes e alimentos influenciam inflação de 0,37% em Ribeirão Preto

Os preços da passagem do transporte coletivo e de alimentos como o pão francês e o tomate em Ribeirão Preto (SP) foram os principais responsáveis pelo índice de inflação de 0,37% registrado em fevereiro deste ano na cidade. Segundo economistas, o dado é inusitado para o mês, já que, historicamente, o período é de deflação.

O reajuste de 11,53% no preço da passagem do ônibus na cidade pesou no bolso dos usuários. A tarifa que era de R$ 2,60 passou para R$ 2,90 em janeiro, mas o aumento só foi computado em fevereiro. “Eu pego ônibus todo dia. A diferença é de R$ 0,30, mas no fim do mês o dinheiro faz falta. E o serviço só piorou. Os ônibus estão sempre cheios, a gente passa calor, tem vez que o motorista não para. É um sufoco”, diz a auxiliar de limpeza Maura da Silva.

Ainda no setor de transportes, houve o reajuste no preço dos combustíveis. A gasolina registrou aumento de 5,5% e o etanol de 3,08%.

No lado dos alimentos, entram na lista dos vilões do consumidor o pão francês (+3%), o frango (+2,7%), a cenoura que passou de R$ 1 para R$ 3, o tomate que era vendido a R$ 2 e agora sai a R$ 6, e a laranja que subiu 12%.

A aposentada Maria Aparecida Damião Zanin conta que sentiu no bolso o aumento do valor dos legumes e que está tendo que procurar alternativas mais baratas. “O tomate foi o que mais aumentou. Os preços já vinham subindo há algum tempo, mas este mês aumentou mais. Já deu para sentir no bolso. Prefiro comprar o que está mais em conta”, diz.

Segundo o economista da Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (Acirp), Fred Guimarães, a inflação em Ribeirão Preto só não foi maior por causa do desconto concedido às contas de energia elétrica pelo governo federal. “Nós tivemos uma situação em que houve uma queda de 18% nos preços da energia elétrica, mas pelo contrário tivemos uma alta significativa no transporte urbano e também tivemos a alta dos combustíveis. Todas estas altas alinhadas com alguns preços de produtos alimentícios que também subiram configuraram um ambiente de inflação. Para fevereiro ela é moderada, porém o histórico da inflação em fevereiro é de queda”, afirma.

O economista afirma que há dois anos os índices para o mês de fevereiro apresentavam queda. Para Guimarães, a elevação é preocupante. “Em janeiro a inflação é muito forte puxada pelo IPTU e pelos itens de educação. Por isso, tradicionalmente fevereiro é um mês de deflação, principalmente no setor de alimentos, já que viemos de dois meses em que as pessoas consumiram muito. Estamos só segundo mês do ano e já temos um acumulado de 2,07% para uma meta de inflação que é de 4,5%.”

Guimarães aconselha os consumidores a procurarem alternativas. “As pessoas devem evitar produtos que tenham um nível de preço mais elevado. Se o tomate está mais alto, compre outro item que o substitui. Se as pessoas continuam comprando, os preços só vão aumentar.”

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