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Tractebel investirá R$ 2,21 bi em usinas, eólicas e biomassa

A Tractebel Energia, empresa do Grupo GDF Suez, investirá R$ 2,21 bilhões no Brasil neste ano, dos quais R$ 1,041 bilhão será com capital próprio e R$ 1,171 bilhão com capital de terceiros. A maior geradora privada de energia elétrica do País, além de empreender em quatro usinas em fase de construção, entre elas a hidrelétrica de Jirau, no Rio Madeira (TO), pretende investir em projetos de geração eólica e por meio de biomassa de cana-de-açúcar.

“Nosso investimento comporta projetos greenfields (criados a partir do zero) de eólicas e de biomassa para incluirmos no próximo leilão de reserva, a ser realizado ainda neste semestre. Com relação a aquisição de projetos brownfields (em etapa de desenvolvimento avançada), não temos nenhum alvo, mas estamos de olho e com caixa para investir”, disse o diretor Financeiro e de Relações com Investidores da Tractebel, Eduardo Sattamini, que não divulgou detalhes com relação à quantidade e a localização das unidades durante teleconferência para analistas, realizada na sexta-feira, para comentar os resultados da companhia.

Durante a teleconferência, Sattamini especificou o resultado de 2009 da companhia, cujo lucro líquido foi recorde pelo sexto ano consecutivo. A empresa fechou o ano passado com lucro de R$ 1,134 bilhão, alta de 1,7% em relação ao verificado em 2008 (R$ 1,15 bilhão). No quarto trimestre, o desempenho da empresa ficou em R$ 351,5 milhões, salto de 27,5% em relação a igual período do ano anterior. “Apesar de o ano ter sido difícil por conta da crise, que derrubou o consumo de energia pelas indústrias, conseguimos manter o lucro líquido em um nível razoável, registrar um crescimento substancial na receita líquida e verificar uma geração de caixa em linha com a do ano anterior”, avaliou Sattamini.

A receita líquida da empresa em 2009 ficou em R$ 3,496 bilhões, acréscimo de 2,8% frente ao apurado em 2008 (R$ 3,4 bilhões). No último trimestre do ano, a receita ficou em R$ 914 milhões, alta de 8,3% ante igual período do ano anterior (R$ 844 milhões). Sattamini afirmou que ao verificar recuo nas vendas do mercado livre, que é onde se situam os grande consumidores industriais, a empresa redirecionou seu portifólio às distribuidoras, garantindo assim a demanda por seu produto.

O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização), que mede a geração de caixa da companhia, fechou 2009 em R$ 2,177 bilhões, em linha com os R$ 2,176 bilhões de 2008, ao apurar avanço de 0,1%. Nos três últimos meses do ano, o Ebitda da Tractebel ficou em R$ 609,1 milhões, alta de 14,9% ante o verificado de outubro a dezembro de 2008 (R$ 530,2 milhões).

OPERAÇÃO. Das quatro unidades em construção, as que estão mais próximas de entrar em operação são a Destilaria Andrade, usina movida a biomassa, em São Paulo, e a Pequena Central Hidrelétrica (PCH) de Areia Branca, em Minas Gerais. Segundo Sattamini, ambas as plantas têm previsão de início das atividades a partir do primeiro semestre deste ano. Cada unidade demandou investimento de R$ 95 milhões. Em Andrade, que terá 33 megawatts de potência instalada, a Tractebel possui participação de 55% no empreendimento, e em Areia Branca, com 19,9 MW de capacidade, a participação da companhia será de 52%.

Depois de Jirau, que terá 3,3 mil MW de potência instalada, o maior empreendimento em que a Tractebel está investindo é a usina hidrelétrica de Estreito, no Rio Tocantins, cuja participação da companhia é de 40,1%. O investimento da empresa na unidade, que terá 1,087 mil MW de capacidade, é de R$ 1,758 bilhão. A empresa prevê início das operações para os primeiros meses de 2011. Neste momento, é o Grupo GDF quem possui a participação da usina, mas Sattamini afirmou que já estão sendo realizados os procedimentos para que o ativo seja repassado à controladora.

Jirau é a menina dos olhos da Tractebel no momento. Assim como Estreito, a empresa que possui participação na usina é o grupo GDF, que fará, mais tarde, o repasse dos ativos à Tractebel.

A usina, junto da hidrelétrica Santo Antônio, comporá o complexo do Rio Madeira, no Tocantins, que irá gerar cerca de metade do que gera Itaipu Binacional. Serão 6,450 mil MW de potência das duas usinas. Em Jirau, a GDF Suez possui 50,1% de participação. (Lucas Vettorazzo)

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