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Tracan enxerga oportunidade com fim de linha de produção da Case

O espaço deixado no mercado pela Case IH, ao deixar de produzir equipamentos para o setor sucroalcooleiro em 2006, representou uma grande oportunidade de negócio para Arthur Monassi. Proprietário da Tracan Máquinas e Serviços Agrícolas, concessionária Case IH da América Latina, Monassi está se transformando num importante fabricante de implementos agrícolas.

Há três anos, depois que a Case parou de produzir veículos de transbordo e plantadeiras de cana-de-açúcar (para focar a produção da unidade de Piracicaba em colheitadeiras de cana), Monassi decidiu entrar no negócio. Criou a Tracan Indústria, em Ribeirão Preto, hoje com 165 funcionários.

“Sentimos que havia espaço para vender produtos com alta tecnologia agregada. Fizemos uma parceria com a Engenharia Agrícola da Unicamp (Universidade de Campinas) e decidimos lançar implementos para o transbordo e o plantio mecanizado da cana”, conta Monassi. “Como somos concessionários Case, não poderíamos fazer produtos com baixa tecnologia, pois isso afetaria a atividade de concessão”, acrescenta. Hoje, além de vender os implementos para grandes grupos sucroalcooleiros do País, por meio de nove concessionárias Case, a Tracan já exporta para Estados Unidos, Cuba, Argentina e Colômbia. Os produtos têm o mesmo vermelho da assinatura da Case IH.

Na Agrishow 2009, feira de máquinas e implementos realizada em Ribeirão Preto, a Tracan lançou um veículo de transbordo (que transfere a matéria-prima do canavial para os caminhões) para 21 toneladas, o maior do mercado. Outro lançamento foi o da plantadeira de cana PTX 7010, de duas linhas, guiada por GPS e com oito câmaras que ajudam a monitorar a sulcagem da terra e a distribuição de fertilizantes, de inseticida e de toletes de cana. Equipada com pneus de alta flutuação, a plantadeira da Tracan é controlada apenas pelo operador do trator que a traciona.

A produção dos transbordos e plantadeiras começou há três anos, por meio de uma parceria com uma fábrica na cidade vizinha de Serrana. Um ano e meio atrás, a Tracan instalou fábrica própria em Ribeirão Preto e multiplicou a produção. “Em janeiro, tivemos que implantar o segundo turno de trabalho. A produção neste ano já superou a do ano passado inteirinho”, diz o engenheiro Marcus Augusto Biffi, diretor-geral da fábrica. “Todo mundo fala em crise mas ela ainda não chegou por aqui”, afirma.

Ao preço de R$ 240 mil a plantadeira e R$ 150 mil o veículo de transbordo para 21 toneladas, os implementos da Tracan vêm ganhando participação de mercado. Segundo Biffi, eles se diferenciam pela tecnologia embarcada e durabilidade. “Reduzimos custos para aumentar a competitividade”, diz Biffi. A meta é os implementos durarem entre oito e dez safras, em comparação com duas safras dos produtos da concorrência.

A produção mensal da Tracan é de dez a 15 unidades de dois modelos de plantadeiras de cana e de 50 a 80 transbordos, variando de acordo com a capacidade (10,5, 14 e 21 toneladas). Além da indústria, o grupo Tracan detém nove concessionárias em São Paulo (Ribeirão Preto, Barretos e Araçatuba), Minas Gerais (Uberaba, Uberlândia, Patrocínio e Iturama) e, em Goiás, por meio da coligada Goiasmaq (Itumbiara e Quirinópolis). São 170 funcionários trabalhando na maior concessionária Case da América Latina. O grupo presta serviços de plantio, colheita mecanizada e transbordo de cana por meio da Tracan Service.

Monassi espera pelo menos repetir em 2009 o faturamento combinado de R$ 310 milhões registrado em 2008. Uma eventual queda nas vendas de tratores e colheitadeiras (para as culturas de cana, café, grãos e algodão) será compensada pela produção e comercialização dos implementos para o setor canavieiro.

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