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Trabalhadores desocupam usina

REUNIÃO com membros do Governo, pôs fim a impasse Depois de 24 horas ocupando as terras da Usina Salgado, em Ipojuca, os dois mil trabalhadores rurais ligados a quatro movimentos sociais de luta pela terra, decidiram desmontar acampamento, depois de uma reunião que durou mais de três horas. O encontro contou com membros do Governo do Estado, o secretário de articulação social Waldemar Borges, o diretor de Programas do Incra, Marcos Kowarick, que representou o presidente do Instituto, Rolf Hackbart, o superintendente do Ibama, João Arnaldo Novaes, além de outras autoridades.

Para o secretário Waldemar Borges, a partir de agora, existe uma agenda política a ser cumprida, com a formação desse grupo que coloca as questões denunciadas na pauta da Reforma Agrária, o que representa um avanço na discussão acerca do assunto. “De todo jeito avalio que o movimento foi promovido com tranquilidade, com uma conclusão objetiva e conclusiva. De todas as partes houve uma postura de buscar o entendimento, tanto dos proprietários quanto dos integrantes da mobilização”, salientou. A discussão, a portas fechadas na capela da usina, resultou numa reintegração de posse pacífica. Isso só foi possível, depois que os órgãos decidiram fazer uma reunião, no próximo dia 24, com o governador Eduardo Campos, o presidente do Incra, Rolf Hackbart e o ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, para discutir o caso.

Os quatro movimentos envolvidos denunciam que a usina não cumpre com as funções sociais, entre elas dívidas trabalhistas.

Durante o encontro, ficou decidido que o Incra fará uma vistoria, nos próximos 20 dias, em toda a situação da Usina. Segundo o procurador do Incra, Marcos Valois, caso fique provado que a empresa não cumpre a função social, será aberto um processo administrativo de proposta de desapropriação.

O presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool de Pernambuco (Sindaçúcar), Renato Cunha, avaliou que a desocupação restabelece o ciclo de produção da empresa, interrompido de forma injustificada. Para ele, os prejuízos materiais e de danos da imagem da Usina precisam também ser restabelecidos. “O episódio prejudicou bastante a imagem de Suape. A invasão é sempre um ato de violência ao processo produtivo e à cidadania”.

A Usina Salgado informou que toda fiscalização é bem vinda e importante, porque após a vistoria, ficará constatado que a empresa atende a todas as exigências da legislação brasileira, tanto do Incra, como de qualquer órgão municipal, estadual ou federal. Ainda ontem, a usina voltou a funcionar.

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