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Tolmasquim avalia que preço spot cairá com entrada de energia de reserva no sistema

O presidente da Empresa de Pesquisa Energética, Mauricio Tolmasquim, avalia que o preço spot deverá cair com a realização do leilão de energia de reserva, que será realizado no dia 30 de abril, pela internet. Segundo ele, a entrada dessas usinas no deque de térmicas despachadas pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico diminuirá a probabilidade de despacho de usinas mais caras, como aconteceu no início deste ano, influindo automaticamente na formação do Preço de Liquidação de Diferenças. O leilão tem cadastrados 7.811 M, número que poderá ser inferior com a divulgação das usinas habilitadas.

Isso porque, segundo ele, como o custo variável da biomassa é ?bem próximo de zero?, e está prevista a entrada de várias usinas no deque, o preço da energia no curto prazo tenderá a cair, afastando a probabilidade de despacho das usinas a óleo combustível e óleo diesel. O executivo observou que a energia de reserva não substituirá as térmicas a gás ? que tem grande parte da energia fora do deque por conta do termo de compromisso assinado pela estatal junto à Agência Nacional de Energia Elétrica ? e que entrará ao longo dos anos, conforme o cronograma.

Tolmasquim disse ainda que apesar do leilão ser denominado ?energia de reserva?, a contratação não tem relação alguma com o seguro-apagão, que contratou termelétricas emergenciais por três anos, com custo variável na casa dos R$ 600 por Mh. Enquanto as usinas do seguro-apagão só despacharam uma vez, nesse caso, as usinas a biomassa vão operar de forma inflexível ao longo das safras pelo período do contrato ? de 15 anos.

O seguro-apagão foi uma medida conjuntural, que valeu por três anos, enquanto a energia de reserva é uma medida estrutural, válida ao longo de 15 anos. Na verdade, esse leilão não tem o conceito de energia de reserva como backup, mas sim de energia adicional?, comentou Tolmasquim, nesta quinta-feira, 21 de fevereiro, reiterando que o dispositivo já estava previsto pela lei do novo modelo e só agora foi regulamentado.

A proposta foi feita muito mais pelo momento que a biomassa atravessa do que pelo cenário energético atual, com baixa hidrologia e reservatórios mais exigidos, salientou. Dados da EPE, apontam para perspectiva de uma safra de 470 milhões de toneladas de cana este ano, com progresso crescente, podendo chegar a 2020 com colheita de 1 bilhão de toneladas.

O momento favorece a biomassa porque o estado de São Paulo criou lei que proíbe a queima da palha da cana, o que ocorria em colheitas manuais, e com a renovação de equipamentos pelos empreendedores, também em função da lei. Com o uso da palha e o bagaço como fonte energética, será possível aumentar a segurança energética. ?Até então, utilizávamos apenas um terço do poder calorífico da cana?, disse, referindo-se ao subproduto que resulta na produção do açúcar e do etanol.

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