TJ-AL suspende falência da usina Laginha, do deputado João Lyra
O Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ-AL) suspendeu a decisão dada no último dia 27 pelo mesmo tribunal que decretava a falência da usina Laginha, de propriedade do deputado federal João Lyra (PSD-AL). A unidade vinha descumprindo pagamentos acordados no plano de recuperação judicial, conduzido desde junho de 2009.
Assinado pelo desembargador e presidente do TJ-AL, Sebastião Costa Filho, a decisão de suspender a falência veio em resposta a um recurso protocolado no TJ-AL pela assessoria jurídica do Grupo João Lyra.
No despacho, o desembargador argumenta que o juiz convocado que decretou a falência não teve imparcialidade no julgamento e que o fim das operações da Laginha iria impactar o interesse de aproximadamente 60 mil pessoas, entre colaboradores, arrendadores, fornecedores de cana-de-açúcar, compradores e credores.
O diretor jurídico do grupo João Lyra informou que vai apresentar no dia 8 de outubro em assembleia de credores um aditivo ao plano de recuperação judicial original.
A medida foi autorizada, segundo ele, pela Justiça e visa “trazer o plano para um patamar mais justo com a mudança das condições de mercado, entre elas, as das taxas de juros”.
Ele acrescentou ainda que nos últimos três anos foram feitos pagamentos aos credores que somam R$ 50 milhões. De acordo com Galvão, outros R$ 50 milhões entraram no caixa da Laginha, resultante da venda de um imóvel do patrimônio pessoal do deputado João Lyra. “Esse recurso será integralmente usado para pagamento de credores”, garante Galvão.
Galvão reforçou ainda que as duas usinas sucroalcooleiras do Sudeste que pertencem ao grupo estão operando e que na próxima semana, as três unidades nordestinas, inclusive a Laginha, vão iniciar o processamento de cana-de-açúcar. Juntas, as unidades devem moer, segundo ele, 5,4 milhões de toneladas de cana e produzir 15 milhões de sacas de açúcar.
