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The Economist defende etanol brasileiro

A revista britânica “The Economist” faz uma defesa do etanol brasileiro, feito a partir da cana-de-açúcar, em sua edição desta semana. Segundo a publicação, o combustível está sendo alvo de críticas inapropriadas, pois é muito mais “verde” do que o etanol norte-americano, feito a partir do milho, e não contribui para o desmatamento na Amazônia. Para a revista, os Estados Unidos deveriam acabar com as tarifas impostas às importações do álcool nacional.

“Alguns ambientalistas dizem que o crescimento da cana-de-açúcar está causando desmatamento na Amazônia. Isso não é verdade”, diz a revista, ao lembrar que a grande maioria da plantação fica em São Paulo, muito distante da floresta. Além disso, 65% do novo cultivo ocupa áreas onde anteriormente existiam pastos.

A publicação também cita que a maior produtividade do etanol nacional, que gera 8,2 vezes a energia que consome, ao contrário do milho, onde o número é de 1,5 vez, conforme o Woodrow Wilson Centre.

Exportações x subsídios

A revista também rebate os questionamentos sobre a capacidade de o Brasil produzir o álcool necessário para o mercado norte-americano. Conforme a “Economist”, os produtores têm investido na expansão da capacidade, não só com o objetivo de elevar a exportação, mas principalmente porque o produto precisa ser vendido com 30% de desconto sobre a gasolina.

Neste ano, o Brasil pretende exportar 3 bilhões de litros para os Estados Unidos. No entanto, as vendas externas acabam dependendo do preço do milho, que precisa estar bastante elevado para compensar o custo da tarifa de importação. “O Brasil pode elevar a produção muito mais, mas só fará isso quando o mercado de exportação for menos imprevisível.”

Para a revista, a alta do petróleo e as enchentes nos EUA puxaram o preço do milho e estimularam o debate contra as tarifas de importação. “(Isso) fez os subsídios para a produção de etanol parecerem uma idéia ainda pior do que antes, dado o álcool mais verde e mais barato que pode ser comprado do Brasil pelos Estados Unidos.”

A publicação britânica não faz referência aos subsídios e às barreiras européias ao produto brasileiro, mencionando apenas que o País também gostaria de vender mais para a Europa e o Japão.

Problemas

Apesar dos elogios ao etanol nacional, a Economist levanta os problemas trabalhistas enfrentados pelo setor. “A parte mais antiga da produção consiste em trabalhadores manejando facas de cortar cana durante longos dias nas quentes plantações”, diz. Em alguns casos, eles não recebem “praticamente nada” e vivem em condições miseráveis. “O corte da cana é um trabalho árduo e todo ano algumas pessoas morrem durante a colheita.”

A revista também diz que a mecanização está fazendo essa classe de trabalhadores desaparecer. “Isso pode tornar a indústria mais segura, mas fica a ameaça de deixar sem emprego uma força de trabalho grande e despreparada.”

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