JornalCana

Testes e resultados com biodiesel são apresentados em simpósio

O Simpósio de Biodiesel realizado ontem em Ribeirão Preto (SP), que recebeu aproximadamente 145 especialistas, abordou aspectos tecnológicos da produção, capacidade de instalação da indústria, experiências na produção e uso de biodiesel em tratores, locomotivas, automóveis e motores estacionários, além de comparações entre motores diesel e biodiesel, bem como as emissões de poluentes e aquecimento da temperatura do planeta.

O professor Afonso Lopes, da Unesp de Jaboticabal, mostrou resultados de testes realizados com tratores Valtra e biodiesel de óleos residuais. “O B25 (mistura de 25% de biodiesel no diesel) funciona como aditivo, e proporciona um funcionamento mais livre do motor, alta rotação em tração máxima de 2.300 rpm. Neste caso, a velocidade aumentou e o consumo foi reduzido”.

Com misturas maiores que B50, o consumo do trator aumentou porque o biodiesel tem poder calorífero mais baixo, segundo Lopes.

Em breve o professor estará divulgando resultados de 11 testes realizados na semana passada com biodiesel etílico e metílico.

O professor antônio Moreira, do do Laboratório de Motores a combustão da Engenharia mecânica de São Carlos apresentou testes da Universidade. Josmar Pagliuso, do departamento de hidráulica e saneamento da Usp, falou sobre a variação das temperaturas da terra ao longo dos anos em função da emissão de poluentes na atmosfera. “A partir da era industrial, com uso de carvão, máquinas e os desmatamentos, a temperatura do planeta aumentou significantemente”, diz.

De acordo com o especialista, a temperatura aumentou cerca de 6° ao longo de 18 mil anos. “O biodiesel etílico emite menos monóxido de carbono do que o diesel, menos material particulado, menos hidrocarbonetos e outros poluentes”, enfatiza.

Para Antônio Carlos Batista, do Ladetel/Usp Ribeirão, a produção de biodiesel pode ser prejudicada pelas má qualidade de muitos fabricantes. “As duas grande barreiras para a produção é a falta de padronização e má qualidade do produto elaborado por muitos fabricantes no mercado. Depois que este tipo de produto der problemas nos motores, o consumidor só vai lembrar deste fato negativo”, adverte.

Ele lembra também que a maioria dos condutores de veículos leves e da frota de caminhões (sucateada) do Brasil, não trocam os catalizadores, e “isso contribui muito com a poluição”.

O professor Miguel Dabdoub, do Ladetel/Usp, disse estar satisfeito por estar colhendo resultados do trabalho desenvolvido pela equipe de pesquisadores. “Compareceram a este evento 14 montadoras, fabricantes de auto-peças, redutores, mangueiras, indústria de tratores. Sei que o biodiesel de cana ajuda a consolidar a confiança no novo combustível”, finaliza.

Inscreva-se e receba notificações de novas notícias!

você pode gostar também
Visit Us On FacebookVisit Us On YoutubeVisit Us On LinkedinVisit Us On Instagram