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Terminal de álcool inicia operação na terça-feira

Amanhã, mais de sete meses após sua pomposa inauguração, o Terminal Público de Álcool do Porto de Paranaguá receberá a primeira carga do combustível.

A informação é do empresário Ricardo Rezende, que preside a Álcool do Paraná SA, operadora que reúne 19 usinas do estado e está credenciada a operar o aparato.

“Já temos um navio programado para atracar e receber o álcool.

Segundo o empresário, as obras de adaptação para que o terminal finalmente começasse a operar foram necessárias para que os tanques pudessem receber as diversas especificações de álcool existentes no mercado (há vários padrões, como o coreano, o japonês, o fármaco, o carburante, etc).

O atraso na operação do teminal de álcool gerou questionamentos entre deputados e representantes do setor produtivo e exportador sobre a qualidade da construção.

“Foi informado que ainda não houve movimentação de álcool porque era período de entressafra.

Isso é mentira.

Todos os terminais exportam álcool o ano todo, seja na safra ou na entressafra”, critica o assessor técnico da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Nilson Hanke Camargo.

Ele também questiona o fato de o terminal ter sido construído para operar com álcool para a indústria farmacêutica, quando na verdade o maior volume de exportações é de álcool carburante, o etanol usado como combustível.

Mas tanto Ricardo Rezende quanto a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) negam que o terminal, construído ao custo de R$ 14 milhões com dinheiro público, tivesse falhas de projeto, material ou execução da obra.

“O projeto foi feito com o aval dos produtores.

Só que ele é antigo (de 2003), e de lá pra cá o mercado mudou muito.

Seria uma ‘judiação’ encher todos os tanques com um tipo de álcool só.

E se a gente colocasse qualquer tipo de álcool lá dentro, nunca mais alguém entrava lá para fazer uma solda, por exemplo”, afirma o empresário.

Entre as adaptações que foram feitas estão a troca de tubulações para receber os diferentes tipos do produto e também para que cada tanque opere independentemente.

“Agora o terminal pode receber três tipos diferentes e embarcar um quarto tipo, tudo simultaneamente”, garante Rezende.

A reforma foi custeada pelas usinas associadas à Álcool do Paraná e, segundo a assessoria de imprensa da Appa, as benfeitorias serão “incorporadas ao patrimônio público”.

A administração, no entanto, não soube informar o custo da reforma.

O empresário Ricardo Rezende faz uma estimativa de algo entre R$ 50 mil e R$ 100 mil, e nega as informações que circularam na imprensa de que as obras custariam de R$ 6 milhões a R$ 7 milhões – metade do custo original do terminal.

“Você acha que a gente ia doar R$ 6 milhões para o governo?”, questiona.

“A gente resolveu investir porque, como é um terminal público, a tarifa instituída não inclui aquele lucro fabuloso dos terminais privados.

Mas não estamos tomando conta do terminal.

Ele continua público, e qualquer um que seja credenciado pela Appa vai poder utilizá-lo.

Rezende reitera que não havia condições para o terminal já ter começado a operar.

Primeiro era preciso resolver alguns trâmites burocráticos após a inauguração – como alfandegamento junto à Receita Federal, vistoria do Corpo de Bombeiros, entre outros – que se estenderam até dezembro.

Depois disso, afirma o empresário, mesmo que o terminal não fosse passar por adaptações, as usinas exportadoras já tinham fechado contratos com terminais privados.

E, completa Rezende, boa parte do álcool produzido foi destinado ao mercado interno.

“E mesmo assim tivemos problemas de falta de álcool em algumas regiões.

As chuvas atrasaram a colheita, e a produção foi adiada.

E temos um compromisso com o presidente Lula de não deixar faltar álcool no mercado interno.

O estoque que existia foi mantido para abastecer o mercado interno.

Como é que íamos exportar?”

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