A Tereos já investiu mais de R$ 1,3 milhão no Projeto G.O.T.A – Gerenciamento, Otimização e Tratamento de Água visando reduzir e reutilizar água em seus processos industriais. Além da econômica gerada, o G.O.T.A possibilita a diminuição da captação do recurso dos rios e poços e retorno da água à natureza livre de qualquer impureza.
A iniciativa surgiu em agosto de 2019 e já está implementada nas sete unidades de açúcar e energia do Grupo no Brasil.
Segundo André Tebaldi, gerente de Sustentabilidade e Meio Ambiente da Tereos, com o projeto o Grupo deve utilizar 0,50 metros cúbicos (m³) de água por tonelada de cana processada até 2024 e será o pioneiro na gestão dos recursos hídricos de forma digital, atuando em pilares da sustentabilidade e pensando nas gerações futuras.
“Na safra 2019/20 consumimos 0,67 m³ de água para cada tonelada de cana. Nesta safra estávamos com uma meta de 0,62 m³/t e estamos superamos. O resultado acumulado está em 0,57m³/t. Nossa meta é chegar em 2023 abaixo de 0,50 m³/t”, avalia.
A primeira ação do projeto foi criar um Comitê em cada unidade com a participação de colaboradores de todas as reas.
“A ideia é que tenhamos cada vez mais um circuito em cascata, no qual as águas captadas de rios e poços, consideradas essenciais, sejam utilizadas somente nas áreas que são realmente necessárias. Além disso, utilizar ao máximo o poder de águas extraídas da nossa matéria-prima, a cana de açúcar, que possui mais de 70% de sua composição formada pelo líquido”, exemplifica Tebaldi.
Mais de R$ 1,3 milhão de investimentos em diferentes projetos
Entre 2019 e início de 2020, a Tereos investiu mais de R$ 1,3 milhão em projetos relacionados à melhoria na gestão, reuso e tratamento de águas.
“Já possuímos planejamento para dar continuidade a estes projetos em 2021 e 2022, com automatização da visualização de medidores de vazão de águas, alinhado com a iniciativa da Indústria 4.0 da Tereos. O investimento em medições de entradas e saídas é um projeto que vai nos trazer maior exatidão de dados das vazões e volumes a serem medidos, para que sejamos assertivos em nossas ações”, aponta o gerente de meio ambiente.
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“Para as tomadas de decisões, semanalmente recebemos as informações do volume de água captada, tanto de origem superficial quanto subterrânea e as vazões de águas residuais. Estamos trabalhando para que sejam mapeadas todas as perdas hídricas de cada uma de nossas usinas. Assim, teremos clareza de onde estão as oportunidades. Além disso, três de nossas unidades já estão realizando grandes projetos de reaproveitamento para que comecemos a próxima safra com números ainda melhores de consumo de água”, destaca Tebaldi.
Como funciona a utilização da água na Tereos
Com a autorização e concessão das autoridades competentes, a Tereos realiza a captação de água dos rios e poços. A água pode ser reutilizada de várias maneiras. Nos circuitos de resfriamento, é reaproveitada a flegmaça (líquido oriundo da destilação) para a limpeza de equipamentos, além da água de enxágue de equipamentos, entre outros.
“Como a cana-de-açúcar é composta em média por 70% de água, desta forma temos que aproveitar ao máxima a oportunidade que temos. Simultaneamente, no processo industrial há muita geração de vapor, que, na maioria dos casos, após o resfriamento é utilizado na diluição de mosto, embebição de caldo na extração, entre outros. Reaproveitamos tudo dentro dos nossos processos”, diz Tebaldi.
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De acordo com o gerente, há um custo enorme com relação à aplicação de água residuária na área agrícola. “Estamos trabalhando para gerar menos água residual e, assim, temos uma vinhaça mais rica, que sobra do processo industrial. Com isso, ela é utilizada como um fertilizante natural na lavoura”.
O volume que é devolvido à natureza será mais assertivo a partir do momento que a empresa implantar todo o processo, ou seja, medir as entradas e saídas.
“Com este projeto iremos aproveitar ao máximo nossas águas nobres (condensadas) para que o nosso descarte seja o menor possível. Hoje, esse descarte é feito juntamente com a fertirrigação (vinhaça + água residual). O uso da água residuária com a vinhaça é feito dentro das regulamentações aplicáveis. Todos os efluentes sanitários, em todas as unidades, são tratados antes do lançamento nos rios”, finaliza Tebaldi.
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Segundo a empresa, cinco nascentes no Noroeste do Estado de São Paulo já foram recuperadas pela companhia, que agora está trabalhando para recuperar mais duas.
“Essa recuperação faz parte do projeto Olhos D’Água e tem como plano, entre outras ações, o reflorestamento de áreas de nascentes para dar condições favoráveis ao solo para infiltração da água da chuva, acarretando a melhoria de sua qualidade e aumento da quantidade de água para aquele local”, conclui a companhia.