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Tênue equilíbrio da oferta de açúcar e etanol

Os estoques de passagem (aqueles que se registram em 30 de abril, último dia da safra de cana) deverão ficar em o equivalente a 10 dias de consumo de álcool e em cerca de 15 dias de açúcar, segundo prognóstico feito pelo consultor Júlio Maria Martins Borges, da JOB Economia e Planejamento, para o período 2005/06. Isso significa que o mercado será atendido, mas a margem de segurança será estreita e os preços deverão manter-se firmes, pelo menos até o início da próxima safra, como já havia sido anunciado antes.

Esse quadro de quase escassez é resultado de uma temporada de pequenos avanços, no que diz respeito à produção. As cotações favoráveis para o açúcar no mercado internacional estimulam os embarques. Também contribuiu para isso, o crescimento do consumo doméstico de álcool combustível.

De acordo com a previsão da JOB, a produção de cana deverá ficar em 407 milhões de toneladas nesta safra, 5,7% mais que na temporada anterior. A maior expansão ocorreu na região Centro-Sul, que produziu 7,9% mais que em 2004/05. No nordeste, houve pequena queda este ano. A região deverá cortar 53 milhões de tonelada, 7% menos cana que na safra anterior.

Mesmo com o real valorizado, as exportações brasileiras de açúcar mantêm-se em crescimento. Para o consultor, deverão crescer 5,07% durante a safra atual, passando de 16,94 milhões de toneladas para 17,8 milhões de toneladas. As cotações internacionais em alta explicam esse fenômeno. O contrato 11, na Bolsa de Nova York, se valorizou 47,3% desde janeiro. O crescimento das economias dos países em desenvolvimento, contribuiu para a expansão do mercado.

As exportações de etanol devem fazer o movimento inverso, segundo a JOB: queda de 7,4% em relação ao ano passado, passando de 2,54 bilhões de litros na safra 2004/05, para 2,35 bilhões de litros na atual. A queda se dá pela necessidade de atender à demanda interna e pela alta dos preços domésticos, que desestimularam as exportações.

Houve também uma piora do rendimento industrial da safra, o que afeta o resultado final da produção. Até o final de agosto o rendimento era de 1,9% mais elevado que na temporada anterior. Essa situação se alterou a partir de setembro, motivada pelo excesso de chuvas. Borges acredita que as condições de clima deverão dificultar o corte da cana do Centro-Sul. Para ele, cerca de 1% poderá ficar no campo, o que repete a situação do ano passado, quando 2,5% da safra deixaram de ser cortadas.

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