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Tecnologia reinventa usina Cruangi

Os tempos jurássicos na administração de alguns engenhos pernambucanos parecem ter ficado no passado. Depois de 90 anos de atuação e cinco gerações no comando da atividade no setor sucroalcooleiro de Pernambuco, a Usina Cruangi resolveu investir na profissionalização e informatização da cadeia produtiva. A unidade de Aliança, na Zona da Mata Norte, aposta agora em um inédito plano diretor e novos projetos de estruturação, potencialização e variação de negócios, entre eles, o segmento energético.

Usina Cruangi, que iniciou ontem a moagem da cana, investiu R$ 21,5 milhões em irrigação e drenagem dos canaviais e mecanização da produção . Foto: Usina Cruangi/DivulgaçãoA usina, uma das mais antigas em operação no estado, injetou cerca de R$ 21,5 milhões distribuídos nos projetos de irrigação e drenagem dos canaviais e processo de mecanização da produção. O objetivo, segundo a superintendência da empresa, é aumentar o potencial de moagem da cana-de-açúcar, tornando-a mais aguda e eficiente. Também foram investidos R$ 300 mil na informatização do gerenciamento e acompanhamento da produção de álcool e açúcar.

A ferramenta virtual, que custou em torno de R$ 80 mil e é formada por um moderno sistema de câmaras digitais, fiscaliza a produção evitando perdas e otimizando os custos durante a atividade produtiva. Todas as etapas são monitoradas e os dados e imagens podem ser acessados de qualquer lugar pela administração da Cruangi. Os aportes devem aumentar em 10% a produção de açúcar, o equivalente à moagem de 1,2 mil toneladas de cana e 1,5 mil sacas a mais por dia, atingindo cerca de 2,4 milhões de sacas por safra. A produção de álcool deve chegar a 15 milhões de litros.

A nova fase coincide com a moagem da safra 2010, iniciada oficialmente ontem, mas que desde o começo de setembro já está a pleno vapor. Também é fruto da democratização do controle acionário da usina, que agora conta com o engenheiro Maurício Fonseca na administração dos negócios. O plano diretor incluiu uma nova equipe de profissionais, entre engenheiros mecânicos, elétricos, agrícolas e assessores administrativos para gerenciar cerca de 5 mil empregados no campo e na usinadurante a produção, e 2,2 mil no período de entressafra.

Segundo Maurício Fonseca, superintendente da usina que atuou por quase 30 anos no Grupo Farias, as novas diretrizes eram necessárias para o aquecimento dos negócios. “Ocorreu uma união democrática entre os acionistas, com a criação de um plano diretor eficiente de melhorias na estrutura da usina e na moagem da cana-de-açúcar. Em pouco mais de seis meses, os resultados têm sido satisfatórios, dentro do planejamento definido”, afirmou. O próximo passo da usina é investir no setor energético.

O projeto prevê investimentos de R$ 120 milhões e a produção de 43 megawatts com o bagaço da cana-de-açúcar, dos quais 13Mw serão destinados à usina (7Mw à unidade e 6Mw à mecanização no campo) e 30Mw vendidos. A usina ainda está formatando o empreendimento e busca parceiros para a realização, cuja operação poderá render entre R$ 18 milhões e R$ 19 milhões por safra. Desse total, R$ 8 milhões serão revertidos em melhorias do parque produtivo e R$ 11 milhões destinados aos investidores num prazo de 12 a 15 anos. “Estamos negociando e ainda não temos um parceiro definido nem previsão para operação”, disse Fonseca.

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