Tecnologia não influencia venda de veículos caros
O sucesso dos carros flexíveis no País tem um motivo: o bolso do consumidor. Pela vantagem do preço do álcool (em São Paulo, o litro do combustível vegetal custa metade do litro da gasolina), a maioria dos consumidores só usa o derivado de cana-de-açúcar na hora de encher o tanque. Nos carros mais baratos, ter a tecnologia é uma vantagem comparativa em relação aos concorrentes. Foi só a Fiat anunciar a chegada de Mille, Palio e Siena 1.0 Flex, que na mesma semana chegava às revendas o Gol 1.0 Total Flex. Alguns meses depois veio o Chevrolet Celta.
Entre “populares”, a disputa pelo mercado é ferrenha. Mas não é assim em todos os segmentos. “A tecnologia deixa de ser motivadora de compra para o consumidor na medida em que ele se afasta dos carros de entrada”, atesta o diretor de Vendas e Marketing da Volkswagen do Brasil, Paulo Kakinoff. O segmento dos sedãs médios ilustra bem esse comportamento do consumidor, que em alguns casos não se importa em gastar mais dinheiro na bomba de gasolina.
A tecnologia bicombustível não ajudou, por exemplo, a versão sedã do Astra Flex power 2.0 a superar em vendas seus concorrentes Toyota Corolla e Honda Civic. Segundo dados da Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores (a Fenabrave), o Corolla lidera o segmento de sedãs médios com 18.489 unidades comercializadas de janeiro a julho, contra 12.307 do Civic e 8.724 do Astra Sedan. “Estamos acompanhando a e volução da tecnologia, mas ainda não temos previsão de lançar uma versão bicombustível do Corolla.
Isso não tem nos prejudicado”, afirma o vice-presidente sênior da Toyota no Mercosul, Luiz Carlos Andrade Jr. Contudo, já se sabe que a Toyota começou a desenvolver seu automóvel flexível e deve lançálo aqui no segundo semestre de 2006. O certo é que até o final do ano deverão ganhar versões bicombustível Citröen C3 (1.4 e 1.6), Peugeot 206 1.4, Renault Clio 1.0 16V, Chevrolet Vectra (2.0 e 2.4) e Fiat Idea (1.4 e 1.8 – veja mais abaixo).
