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Tecnologia aumenta a eficiência do álcool

Uma nova alternativa à gasolina, inédita no mundo, foi desenvolvida pelos pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) de São Carlos . Trata-se do motor a álcool pré-vaporizado, que permite um rendimento superior aos carros movidos a gasolina e a álcool convencional, segundo Romeu Corsini, superintendente do Centro de Pesquisa da USP São Carlos.

“Essa solução trará maior independência ao País em relação ao petróleo. E o governo certamente incentivará iniciativas como essa caso ocorra uma guerra”, diz Corsini.

De acordo com os testes realizados pela universidade o veículo modelo Monza, ao utilizar o álcool pré-vaporizado, percorreu 16 km com um litro de combustível, enquanto o motor a gasolina, 12 km e o a álcool comum, 10,5 km.

Para obter esse resultado, segundo Corsini, foi criado um equipamento inédito, denominado estequiômetro, que substitui o antigo carburador. Esse sistema recebe o álcool do tanque e o vaporiza antes de chegar à câmara de combustão. Com isso, é possível obter a combustão completa do combustível, aumentando assim o rendimento do motor do veículo.

No sistema convencional, o álcool chega à câmara de combustão na forma líquida, o que prejudica o desempenho.

Corsini explica que a gasolina é formada por 20 tipos de combustíveis, e por isso tem diferentes fases de combustão, que variam de 20° C a 200 ° C. “O consumidor paga 100% da gasolina, e utiliza apenas 26%. Por haver diferentes temperaturas de combustão, apenas uma parte é vaporizada e aproveitada. O restante não vaporiza”, diz Corsini.

Já o álcool tem apenas uma única temperatura de combustão: 78,3°C. “O álcool ao chegar nessa temperatura é completamente vaporizado, e ao ser misturado com o ar, entra na câmara de combustão, e então a combustão é completa”, diz o professor. Além do maior rendimento, o álcool não polui o meio ambiente. “Cada carro a álcool despolui três carros a gasolina”, diz o pesquisador Corsini.

Segundo ele, o protótipo do estequiômetro está sendo finalizado, mas ainda não há parceria com empresas para produção industrial, por haver um lobby da indústria do petróleo.

“Estou encaminhando uma carta ao ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, para que haja incentivo do governo para a indústria do álcool no Brasil”, afirma Corsini.

Ele diz ser o responsável pela introdução do álcool como combustível no País. “Na época da guerra, apresentamos o projeto ao governo prevendo que haveria falta de petróleo no País. O governo não acreditou, mas em 1973 houve a crise do petróleo, e fomos chamados para apresentar novamente o projeto junto ao Conselho Nacional”, diz o pesquisador. “Na época ninguém acreditava que era possível um carro ser movido a álcool”, diz.

Corsini afirma que o País tem capacidade ociosa na produção de álcool. Dos 16 bilhões de litros de álcool de capacidade, o País produz 12 bilhões de litros. (DCI Comércio Indústria & Serviços)

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