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Glicerina, resíduo do biodiesel, ganha novo mercado

A Petrobras está testando o uso da glicerina resultante das operações de biodiesel da Petrobras Biocombustível em várias fases da produção de petróleo. A informação é do gerente de gestão tecnológica da Petrobras Biocombustível, João Norberto Noschang. O objetivo é transformar a glicerina, resíduo da produção de biodiesel, em novo produto. “Queremos adicionar um produto da Petrobras Biocombustível na exploração do pré-sal.” Além disso, o setor de biodiesel busca um mercado para absorver a glicerina produzida no processo industrial. Estima-se que no Brasil a produção de 2,5 bilhões de litros de biodiesel gere como subproduto um volume de 300 mil toneladas de glicerina, cerca de 12% do total de biodiesel produzido.

Um dos projetos é utilizar a glicerina como fluído de perfuração de poços. “A glicerina atuaria como lubrificante para sondas, substituindo outros produtos”, acrescentou Noschang. O projeto teve início em 2009 e já foi testado em laboratório. Noschang explica que a utilização da glicerina na recuperação avançada de poços tem que ser testada por, no mínimo, um ano e meio. “Até o momento, os resultados foram muito satisfatórios”, disse. Se o uso da glicerina for efetivado, a Petrobras poderá utilizar a oferta do produto não apenas nas usinas da Petrobras Biocombustível mas também em outras empresas do mercado. A pesquisa é feita em conjunto pela Petrobras e Petrobras Biocombustível. O executivo observou ainda que a Petrobras Biocombustível vai investir 400 milhões de dólares em pesquisa e desenvolvimento até 2014.

Além da glicerina, o dirigente ressalta que a empresa está investindo na produção de novos biocombustíveis, no aumento de produtividade de algumas oleaginosas e também no desenvolvimento de outras rotas químicas. Uma delas é a molécula de isossorbida – elaborada em parceria com a empresa holandesa Bioecon – que poderá ser transformada em biodiesel, em etanol e outros produtos bioquímicos.

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