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Ferrugem asiática da soja já atinge 7 estados

A ferrugem asiática, doença causada pelo fungo Phakopsora Pachyrhizi que ataca a cultura da soja, chegou ao Brasil na safra 2001/02 e já se

alastrou por sete estados. A constatação foi feita pelo Consórcio Anti-Ferrugem da Embrapa Soja, que ainda identificou por meio da Fundação ABC, a doença no município de Itaberá, SP.

A ferrugem está presente no Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul, Goiás, Maranhão e São Paulo – e 38 municípios.

De acordo com a Embrapa Soja, antes da safra, foi detectado o surgimento de uma nova raça do fungo causador da ferrugem, o que

provocou quebra de fontes de resistência. Isso inviabilizou o desenvolvimento de cultivares resistentes à ferrugem. Outro problema foi a presença contínua desse fungo na entressafra, em lavouras “safrinhas”, no Cerrado. No Estado do Mato Grosso do Sul há focos da doença em lavouras em situação reprodutiva, no município de Dourados e Ponta Porã. De acordo com o pesquisador, Paulino José

Melo Andrade, na chegada ao Brasil o fungo espalhou-se pelas principais regiões produtoras, em função da eficiente disseminação pelo vento proveniente do Continente Africano. Para Paulino, o método mais eficiente de controle é feito através do monitoramento e também com uso de fungicidas, seguindo as características de cada lavoura.

Dados da Embrapa confirmam que a ferrugem da soja provocou perdas

de aproximadamente, 4,5 milhões de toneladas, na safra 2003/04. Associados a essas perdas, o que deixou de ser colhido e os gastos com controle químico (fungicidas e despesas com aplicação), o custo

foi de aproximadamente US$ 2 bilhões, ou seja, quase o dobro de prejuízo levantado na última safra. As pesquisas da Embrapa Soja, indicam que o principal dano ocasionado por essa doença é a desfolha precoce, que impede a completa formação dos grãos, com conseqüente redução da produtividade. O nível de dano que a doença pode ocasionar depende do momento em que ela incide na cultura, das condições climáticas favoráveis à sua multiplicação após a constatação dos sintomas iniciais, da resistência/tolerância e do ciclo da cultivar utilizada. Podem ser observadas reduções de produtividade próximas a 70% quando comparadas áreas tratadas e não tratadas com fungicidas. Doença tem remédio Um dos exemplos de controle eficiente do fungo causador da ferrugem asiática é o da Usina Guaíra, que planta de 3 a 4,5 mil ha de soja por safra nas áreas de reformas de canaviais. Lauro Marcos Aparecido Ivan, gerente de tratos culturais da usina, diz que na safra passada a praga atacou 100% das áreas plantadas, mas não causou prejuízos. O segredo é simples, trabalhar com a prevenção através do uso de fungicidas e aplicação do produto no período certo. De acordo com Ivan, o melhor estágio para aplicação é o reprodutivo, já que a planta está mais sensível por estar produzindo flores, grãos, com sua energia voltada à reprodução. Para ele, o fungo se propaga em temperaturas amenas, inferiores a 27°C e umidade, causadas

principalmente em períodos chuvosos. “Os fungicidas adequados para o controle de ferrugem são os dos grupos de triazois e estrobirulinas ou até as misturas. Após a primeira aplicação é preciso fazer um acompanhamento e se preciso, até uma segunda aplicação”, diz.

Na safra 2003/04 a Guaíra alcançou a produtividade de 52 sacos por ha. Na safra anterior, a produtividade foi de 50 sacos por ha. Foram

plantadas na safra 2003/04, 4,5 mil ha de soja para reformas dos canaviais, já na safra atual, 3,1 mil ha. Na Usina, 80% do volume plantado de soja é feito através do plantio direto sobre a palhada de

cana. A ferrugem tem características peculiares. Os primeiros sintomas da ferrugem se iniciam pelo terço inferior ou médio da planta e aparecem como minúsculas pontuações mais escuras que o tecido

sadio da folha. No início da infecção, a folha permanece verde, dificultando a identificação quando a lavoura é observada de forma superficial. Confira matéria completa no JornalCana – Edição 133

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