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Credit Suisse não vê sinergias em aquisição da Comgás pela Cosan

O Credit Suisse não vê sinergias operacionais que justifiquem a aquisição do controle da Comgás pela Cosan. Em um relatório para clientes em que comenta a negociação entre a Cosan e a BG por uma fatia de 60% da maior distribuidora de gás do Brasil, o banco ressalta que não é conhecido o valor da transação e nem o prêmio que está sendo pago.

Apesar disso, o Credit Suisse vê espaço no balanço da Cosan para a companhia absorver essa aquisição. Atualmente a alavancagem da Cosan está em 1,3 vezes o Ebtida, e subiria para 2,3 vezes se a transação for fechada por R$ 2,5 bilhões. Mas esse valor é menor do que o que está efetivamente sendo negociado, entre R$ 3,4 bilhões e R$ 3,7 bilhões, segundo apurou o Valor com fontes a par das conversas.

Se for confirmada essa segunda faixa de valor, o endividamento fica mais comprometido. A relação entre dívida líquida e Ebitda subiria para algo entre 2,6 vezes e 2,7 vezes, considerando o resultado projetado pelo banco para o período de abril de 2012 a março de 2013. Tendo em conta o Ebitda previsto para o exercício encerrado em março deste ano, a relação ficaria entre 3,4 e 3,5 vezes.

Os analistas do banco suíço ponderam que a aquisição está alinhada com a intenção da Cosan de concentrar seus investimentos nos setores da energia e logística, assim como em negócios com geração que permitam um fluxo caixa estável. Mas não enxergam uma justificativa razoável para um negócio em que a Cosan está adquirindo um ativo que tem fluxo de caixa estável mas, por outro lado, pertence a um setor regulado e por isso com crescimento limitado. “Em suma, acreditamos que o evento é negativo, dependendo do preço de aquisição”.

(Cláudia Schüffner e Fernando Torres | Valor)

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