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Superávit cresce 4,2% e acumula US$ 34 bi

Furlan revisa de US$ 132 bilhões para US$ 135 bilhões sua previsão de exportações. A balança comercial registrou novos recordes históricos entre janeiro e setembro deste ano, acumulando um superávit de US$ 34 bilhões no ano. O resultado representa um crescimento de 4,2% na comparação com os US$ 32,629 bilhões computados em igual período do ano passado, de acordo com os dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior divulgados ontem.

As exportações já atingiram a marca de US$ 100 bilhões no acumulado do ano. No total, as vendas externas somaram US$ 100,713 bilhões, 16,1% superior ao valor registrado em igual período do ano passado. O ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, revisou para cima, ontem em São Paulo, sua expectativa para as exportações em 2006, de US$ 132 bilhões para US$ 135 bilhões. O vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, considerou factível a nova estimativa do ministro.

“Ainda temos 64 dias até o fim de 2006. Se considerarmos uma média diária de exportação de US$ 600 milhões ainda teremos vendas de US$ 38,4 bilhões, que somadas aos US$ 100,713 bilhões exportados até agora totalizariam US$ 139,113 bilhões. Portanto, é possível termos exportações de US$ 135 bilhões em 2006”, calcula Castro.

Segundo o secretário de comércio exterior do ministério, Armando Meziat, a elevação da projeção para as vendas externas foi influenciada pelo valor das exportações obtido nos últimos 12 meses encerrados em setembro – de US$ 132,302 bilhões – que já “foi superado”. As importações já somam US$ 86,219 bilhões, resultando em saldo de US$ 46,083 bilhões, 11,8% a mais. A expectativa do secretário é que a participação das exportações brasileiras no total mundial cresça de 1,1%, no ano passado, para 1,25% neste ano.

Além do montante favorável nos últimos 12 meses, o secretário diz que o ritmo das exportações deve continuar forte no último trimestre devido ao “desempenho dinâmico” das vendas das matérias-primas: soja em grão, carne bovina in natura, açúcar e álcool, café, couros, papel e celulose, suco de laranja, além de produtos industrializados, petróleo, telefones celulares e automóveis.

“Todos estes setores mostram crescimento vigoroso, inclusive para o fim do ano”, disse Meziat, ao ressaltar que só as vendas de materiais de transporte devem atingir US$ 20 bilhões no ano. Por outro lado, o secretário diz que 2006 será o ano das importações para todos os tipos de produtos, por conta da depreciação do dólar ante o real.

As importações acumulam até setembro US$ 66,711 bilhões, um crescimento de 23,3% na comparação com o mesmo período de 2005. Castro acredita que o superávit em 2006 fechará muito próximo ou até acima dos US$ 44,8 bilhões obtidos no ano passado. Para o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) não há qualquer sombra de dúvida: “O resultado comercial no corrente ano será excelente, com grande chance de superar a marca recorde de 2005”. O Iedi projeta a permanência do saldo médio por dia útil de setembro (US$ 221 milhões) pelo restante do ano, resultando em um superávit comercial de US$ 47,8 bilhões em 2006, valor 7% superior ao saldo de 2005.

O superávit comercial desacelerou pelo segundo mês consecutivo em setembro, mas ainda assim registrou o terceiro melhor resultado mensal do ano. No mês passado, o superávit da balança comercial alcançou um recorde para meses de setembro, US$ 4,428 bilhões, o que representa uma redução de 1,92% na comparação com o apurado no mês anterior, mas crescimento de 2,52% em relação ao registrado em igual mês do ano passado. As exportações somaram US$ 12,549 bilhões, enquanto que as importações atingiram US$ 8,121 bilhões em setembro.

Pela média diária, o Brasil vendeu US$ 627,5 milhões ao mercado externo no mês passado, um aumento de 5,8% na comparação com agosto deste ano e avanço de 23,9% em relação a setembro do ano anterior. A média diária das compras ao mercado internacional foi de US$ 406,1 milhões, 2,3% a mais do que a registrada no mês anterior e 35% superior à obtida no mesmo período de 2005.

Segundo o ministério, as exportações nas três categorias de produtos também registraram valores recordes para o período. Os manufaturados cresceram 17,2%, para US$ 6,5 bilhões, na comparação com igual período do ano passado. Os básicos aumentaram 29%, para US$ 4 bilhões, e os semi-manufaturados totalizaram US$ 1,74 bilhão, um crescimento de 46,8%. “As commodities continuam pesando nos resultados”, diz Castro.

“Os números de setembro vieram acima das projeções mais otimistas, graças à grande colaboração do petróleo na última semana do mês passado. A média das exportações de petróleo foi de US$ 78 milhões no mês passado, enquanto atingiu US$ 136 milhões na quinta semana de setembro”, destaca Castro.

Na última semana de setembro, do dia 25 a 30, o superávit foi de US$ 1,34 bilhão, o maior resultado semanal registrado no mês passado. O montante é 36,17% maior que o superávit apurado na semana anterior, de US$ 984 milhões. As exportações somaram US$ 3,419 bilhões na última semana de setembro e as importações, US$ 2,079 bilhões.

Recuperação no quantum

Meziat também disse que houve nos últimos dois meses uma inversão na queda da quantidade dos produtos exportados para o exterior. Segundo ele, entre abril, maio e junho, o quantum foi negativo, em 0,33%, 0,42% e 0,2%, respectivamente. Só que em julho e agosto houve crescimento respectivo de 9,1% e 6,4%. “Os resultados mostram uma recuperação no quantum das exportações.”

Número de exportadores

Castro destaca que até junho os dados do ministério indicavam sucessivas reduções no número de empresas exportadoras. Atualmente existem 1.095 empresas que deixaram de exportar, após a reversão na trajetória de queda observada em julho e mantida em agosto. Em julho foram registrados 26 novos exportadores e em agosto mais 35.

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