JornalCana

Superagro 2009 discutirá biomassa e geração de energia

Um dos eventos da Superagro Minas 2009 é o 1º Congresso Brasileiro de Florestas Energéticas, que terá como tema principal a discussão dos plantios florestais para geração de energia e sua utilização nos vários segmentos da atividade econômica. O Congresso terá conferências, palestras e a apresentação de trabalhos científicos por pesquisadores e estudantes, de 2 a 5 de junho, no Expominas. A promoção é do Governo de Minas e Embrapa, com realização da Embrapa Florestas, Embrapa Agroenergia e da Sociedade de Investigações Florestais (SIF). As inscrições já estão abertas.

Embora o Brasil lidere a produção mundial de biomassa florestal, resultado obtido, entre outros fatores, pelo sucesso da silvicultura em território nacional, o país não possui hoje condições para atender a um aumento significativo da demanda por mudas e sementes adaptadas às diferentes regiões para a implementação novos plantios florestais. E este é um dos desafios a vencer.

De acordo com o presidente do Congresso, agrônomo e pesquisador da Embrapa Florestas, Antônio Francisco Jurado Bellote, a produção da biomassa em escala, ou seja, a generalização dos plantios florestais, é um dos gargalos para a geração de energia. “O Sudeste teria condições de atender, mas regiões como o Centro-Oeste e o Nordeste enfrentariam dificuldades para suprir um aumento da demanda por mudas e sementes em quantidade e qualidade, adaptadas às condições do meio ambiente dessas regiões”, explica.

Tecnologias

O pesquisador lembra que a implantação de novos plantios deverá ser incentivada nas pequenas propriedades, de forma integrada com as demais culturas, evitando a monocultura. É preciso também desenvolver tecnologias simples e baratas disponíveis para os pequenos produtores rurais, com sementes e mudas de espécies arbóreas que sejam mais adequadas às condições do meio ambiente, clima e solo, diferentes para cada região do Brasil. E lembra que “o plantio de florestas deverá obedecer ao código florestal brasileiro que, embora seja da década de 60, ainda é arrojado, pertinente e atual”.

Outro desafio citado pelo pesquisador é o desenvolvimento de tecnologias de conversão dos plantios florestais, ou biomassa, em energia. Ele argumenta que algumas tecnologias bastante difundidas e utilizadas no Brasil ainda são “arcaicas e ineficientes” e cita como exemplo os fornos para a produção de carvão de baixo rendimento e comumente usados no Brasil. Esses fornos são considerados ineficientes do ponto de vista energético porque apresentam baixa taxa de conversão e desperdiçam parte do produto.

Aliado a isso, essa tecnologia não é “ambientalmente amigável”, diz. Em suma, “é preciso disponibilizar tecnologias mais eficientes e sustentáveis, ao mesmo tempo em que deve-se desenvolver e adaptar outras tecnologias ainda não usadas ou em estado embrionário no Brasil”. E alerta que todas as soluções tecnológicas deverão ser precedidas por análises de viabilidade econômica da cadeia produtiva e por estudos de impactos socioeconômicos e ambientais que possam vir a gerar.

Minas

Responsável pela maior área de reflorestamento do país, Minas Gerais possui 1,52 milhão de hectares plantados e, na última década, multiplicou em quatro vezes e meia os plantios anuais de florestas, entre empreendimentos próprios e de fomento, passando de 35.464 hectares em 1997 para 169.129 hectares em 2007. Os dados são do Anuário Estatístico 2008 da Associação Mineira de Silvicultura (AMS).

Inscreva-se e receba notificações de novas notícias!

você pode gostar também
Visit Us On FacebookVisit Us On YoutubeVisit Us On LinkedinVisit Us On Instagram