Südzucker está de olho no mercado brasileiro de açúcar
O mercado brasileiro de açúcar voltou a ser alvo de cobiça das empresas estrangeiras. A mais recente investida foi do grupo alemão Südzucker, maior produtor mundial de açúcar refinado. Executivos da empresa estiveram recentemente no Brasil, mas não fecharam negócios. Para analistas do setor, a entrada do grupo no país é uma “questão de tempo”.
Com faturamento da ordem de 4,6 bilhões de euros na safra 2003/04 e com usinas e refinarias em dez países europeus, a companhia alemã expandiu seus negócios nos últimos anos fazendo aquisições, sobretudo no Leste Europeu, segundo Patrick du Genestoux, diretor geral da consultoria francesa Ersuc.
“Os investimentos no Brasil fazem todo sentido por ser um país com os mais baixos custos de produção e preços competitivos”, afirmou Genestoux. Foram esses atrativos que chamaram a atenção de grupos, como Louis Dreyfus e Béghin Say, que estão no Brasil desde 2000.
Dados da ONG Oxfam mostram que a companhia alemã está entre seis grupos europeus que receberam US$ 998 milhões de subsídios no ano passado. A empresa pode ser uma das mais afetadas pela condenação de subsídios ilegais dados pela União Européia aos produtores europeus, conforme a decisão da Organização Mundial do Comércio (OMC), que foi favorável ao Brasil, Austrália e Tailândia.
A companhia também é velha conhecida dos empresários do setor sucroalcooleiro do país por ter divulgado na Europa que o país não cumpre com rigor as leis trabalhistas. A empresa queria desviar a atenção quando os membros do bloco discutiam a reforma do atual regime do açúcar europeu.
As especulações internacionais já dão contam de que haverá pesados investimentos em açúcar fora da Europa, segundo analistas de mercado. A entrada da Südzucker no Brasil aumentará a participação de grupos estrangeiros no setor sucroalcooleiro. A Louis Dreyfus, por meio de sua subsidiária Coinbra, tem três usinas no Brasil, e a Béghin-Say tem uma usina.
