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Sudoeste avança no setor da cana

A expansão do setor sucroalcooleiro fará da Região Sudoeste de Goiás a que mais receberá investimentos no setor industrial e de serviços até 2013. É previsto um total de R$ 31,85 bilhões para todo o Estado, e o Sudoeste deve ter 16,65% deste total. O segmento também responde pelo alto investimento nas regiões Sul (13,06%), Sudeste (13,25%, em conjunto com a indústria automobilística) e Oeste (15,44%). A Região Noroeste, com apenas 2,16% dos recursos, é a que menos deve receber dinheiro das indústrias, principalmente por se tratar de uma área rica em produção agropecuária.

Apesar da perspectiva de 6,01% do montante de recursos para o Nordeste, esta região é a que mais preocupa os especialistas, junto com o Entorno do Distrito Federal (4,39% dos investimentos). Para eles, é necessário que o governo estabeleça políticas específicas para os locais, que não contam com riquezas naturais como os minérios e nem atrativos para a produção sucroalcooleira.

Os dados são da pesquisa de intenção de investimentos, realizada pela Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento do Estado de Goiás (Seplan). O trabalho tem como base os 704 projetos dos setores industriais e de serviços, que possuem perspectivas de gerar 110,6 mil novos empregos. Coordenador-técnico da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), Wellington Vieira acredita que o estudo corrobora com as perspectivas industriais para o Estado.

Ele enfatiza que é preciso maior colaboração do governo estadual para as áreas mais problemáticas (Nordeste e Entorno do DF). “Não adianta só incentivo fiscal, pois não há boas terras para produção de cana e nem minérios. É preciso levar indústrias como de alimentos ou de automóveis”, explica. Wellington lembra que os problemas se referem à infraestrutura, o que prejudica a logística da produção, especialmente seu escoamento.

O principal beneficiamento para os próximos anos é o término da construção da Ferrovia Norte-Sul, que ajuda empresas em uma faixa de até 50 km ao seu redor. “A Região Norte deve dar um salto muito grande de desenvolvimento nos próximos quatro anos. A parte central também, pelo fato de a construção começar em Anápolis”, diz Wellington. No entanto, ele lembra que o Nordeste ainda necessita de melhorias na capacidade energética e no transporte.

Baseada na produção do sulfeto de cobre, a cidade de Alto Horizonte, no Norte do Estado, se desenvolveu bastante nos últimos três anos. O prefeito Luiz Borges garante que o avanço industrial é o maior cartão que um político pode deixar para o povo. “Há melhoria na autoestima. A realidade é diferente, a população é mais qualificada, tem carteira assinada e capacidade de consumir”, relata. Ele conta que a ideia é de expansão, pois a sobra da mineração vem sendo estudada, tendo em vista seu aproveitamento como adubo, o que ajuda a expandir o segmento.

Em relação ao Entorno do DF, o coordenador garante que não há política desenvolvimentista para o setor industrial por ainda ser visto como dormitório para quem trabalha em Brasília. “Precisa de empreendedorismo mesmo. A região precisa se sobressair e não só depender do Distrito Federal”, ressalta.

Cursos ajudam a qualificar mão-de-obra

O gerente de educação profissional do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Ítalo de Lima Machado, afirma que a entidade já tem mapeado até 2015 as demandas de cada segmento, para realizar planejamento de longo prazo e estimar programas. Ele confia no crescimento do setor industrial com base na alta dos cursos e da procura das empresas.

Para o gerente, as indústrias necessitam de mão-de-obra qualificada e por isso os cursos são imprescindíveis para quem deseja se empregar neste ramo. “Há cursos para a qualificação profissional em vários níveis: básico, técnico e superior”, conta. Para o aperfeiçoamento a nível técnico, é necessário ensino fundamental, por isso há uma parceria com as prefeituras para a alfabetização da população.

O exemplo mais atual é na cidade de Quirinópolis. Com apoio das usinas sucroalcooleiras, prefeitura e governo estadual, o Senai realiza curso para a formação de técnico em manutenção de máquinas agrícolas e outro para o uso do maquinário. Na região, a produção é quase toda mecanizada e os trabalhadores tiveram que estudar para conseguir o emprego. “Nosso trabalho começa dentro das indústrias, existe um esforço também nas escolas. Diria que nossa atuação fora dos muros do Senai é ainda maior”, argumenta Ítalo.

O gerente executivo do grupo USJ, João Martins, conta que a escola profissionalizante provê funcionários para a usina. “É uma qualificação rápida e eficiente”, diz. O diretor do mesmo grupo, Narciso Bertholdi, afirma que Goiás é importante por ser atrativo e que a intenção é conseguir a implantação de novas unidades.

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