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Subprodutos da cana-de-açúcar são destaques na expansão da atividade industrial, diz CNI

O forte interesse mundial pelo etanol está se refletindo no comportamento positivo da indústria de transformação, que registrou todos os indicadores em alta no primeiro trimestre do ano. Faturamento, produção e emprego são puxados pelos setores de alimentos e bebidas e refino de petróleo e álcool, manufaturadores de subprodutos da cana-de-açúcar.

Dados divulgados hoje pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) apontam aumentos de 4,1% nas vendas reais; de 2,2% no indicador mais próximo de produção, que são as horas trabalhadas; de 3,5% no emprego e de 6,4% na massa salarial, tudo entre janeiro e março deste ano ante igual período de 2006.

O economista-chefe da CNI, Flávio Castelo Branco, lembra que açúcar e álcool registram expansão desde o ano passado, levando o setor de alimentos e bebidas a registrar 5% de alta nas vendas do trimestre; aumento de 11,3% nas horas trabalhadas na produção; mais 11,1% nas contratações, com reajuste salarial 17,1% superiores ao período anterior.

O setor de refino de petróleo e álcool segue igual tendência, com vendas superiores em 8% sobre o trimestre passado; aumento de 19,4% nas horas trabalhadas; de 19,5% a mais em mão-de-obra e reajuste salarial 10,6% maiores.

Segundo Castelo Branco, ” grande parte das empresas que refinam álcool, também produzem açúcar ” . Por isso, a expansão desses produtos da cana-de-açúcar impacta os dois setores, que estão entre os cinco com desempenhos mais favoráveis no início do ano.

No indicador sobre emprego, a CNI constatou ser o setor sucroalcooleiro o líder em novas contratações, com 2,3 pontos percentuais acima do índice registrado no primeiro semestre de 2006. Mas isso não significa, necessariamente, elevação no número de empregos formais, pois, segundo a entidade, as empresas informam sobre o número total de pessoal trabalhando da colheita ao refino da cana-de-açúcar, sem especificar quantos têm carteira assinada.

O economista destacou que os números gerais mostram, tanto uma elevação de vendas externas, quanto um aumento nas vendas domésticas. ” As empresas estão conseguindo contrabalançar as perdas com a valorização do câmbio ” , comentou ele. E destacou que em março, a despeito da valorização do real frente ao dólar americano, que reduz as receitas de exportação, houve expansão de 19,7% nas vendas, no índice sem ajuste sazonal.

Outro fator positivo destacado pela CNI é o fato de a capacidade instalada das indústrias estar crescendo pouco, indicando necessidade de novos investimentos. A variação ficou em 81,7% em março, ante 81,6% em fevereiro, no índice com ajuste sazonal. No trimestre, o indicador ficou em 81,5%, 0,3 ponto percentual acima de igual período de 2006.

Ao contrário de 2004, quando havia risco de a indústria não dar conta de atender à demanda, Castelo Branco diz que, agora, ” não há ameaça de risco para a inflação ” . A ocupação do parque fabril cresce em menor ritmo e o cenário favorável de aumento da demanda, com redução dos juros, permite que os empresários respondam mais rápido.

Ou seja, se o crescimento for mais acelerado, eles podem aumentar a capacidade de produção, com mais investimentos. ” O crescimento é um estímulo para o empresário investir, e há indícios de que isso está acontecendo, pois não estão com a corda no pescoço ” , disse o economista.

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