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SP tem maior deflação desde 2000

O custo de vida na cidade na cidade de São Paulo teve, no mês passado, a maior queda em mais de seis anos e para este mês a previsão é de estabilidade. Em maio, o Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe) teve deflação de 0,22%. O resultado não só ficou abaixo do piso das estimativas dos analistas do mercado financeiro, que, de acordo com apuração do AE-Projeções iam de -0,20% a -0,08%, como também se apresenta como a maior queda para um mês fechado desde fevereiro de 2000, quando o índice fechou em -0,23%.

O recorde de baixa no IPCFipe também foi registrado no índice acumulado em 12 meses.

Entre junho de 2005 e maio deste ano, o indicador subiu1,97%, a menor variação em 12 meses desde julho de 1999 (1,36%). De acordo com o coordenador do IPC-Fipe, Paulo Picchetti, estas variações mostram que a inflação está sob controle. De janeiro a maio de 2006, o IPC-Fipe acumula alta de 0,46%, mostrando que a inflação da maior parte do primeiro semestre na capital paulista não traz preocupações. Vamos esperar por junho, mas o primeiro semestre de 2006 deve ser o melhor em muito tempo. Picchetti, que, no final de abril, revisou sua projeção para o IPC deste ano, de 4,5% para 4%, prefere ter em mãos o dado da inflação de junho antes de voltar a alterar sua estimativa para 2006. A pesquisa Focus, divulgada ontem pelo Banco Central, mostrou que a mediana das projeções de aproximadamente 100 instituições financeiras para o IPC-Fipe de 2006 cedeu 0,10 ponto porcentual, passando de 3,58% para 3,48%.

Em maio, a queda dos preços dos grupos alimentação (0,89%) e transportes (0,61%) surpreendeu e foi a principal causa da diferença entre a projeção da Fipe para o mês (-0,10%) e a taxa efetiva (-0,22%). Estas quedas são geradas pelo forte aumento da oferta, o que não traz preocupação em relação à atividade, disse Picchetti.

Ele salientou que, na ponta ao consumidor, a alimentação passou de uma queda de 1,8% para 2% no fechamento do mês. Os produtos in natura foram os que apresentaram a maior baixa, seguida pela queda dos preços dos produtos industrializados no final do mês passado.

Nos transportes, o álcool foi o item que mais beneficiou o IPC de maio, com queda de 17,55%, contribuindo com metade da deflação do índice. Especificamente na ponta ao consumidor, este produto apresentou deflação de 20%. O comportamento do dólar nos próximos meses será decisivo para a inflação, disse Picchetti.

Competição afeta remédios

A competição entre as farmá-cias e drogarias antecipou para o fim de maio a queda dos preços dos remédios neste ano, segundo a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).

De acordo com o coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fipe, Paulo Picchetti, após o aumento concedido pelo governo, todos aos anos, no fim de março, o preço dos medicamentos só volta a ceder perto da metade do ano. Todos os anos, no final de maio, vemos o término do impacto de alta dos remédios. Daí para frente, seus preços começam a cair, comparou.

Picchetti acrescentou, no entanto, que na última semana do mês passado, esses produtos já apresentavam queda de 2,4% na ponta ao consumidor. Isso ocorre, segundo o coordenador, por causa da competição entre os estabelecimentos e não por um choque de oferta, como o verificado nos segmentos de alimentação e de transporte.

Em maio, os medicamentos mostraram alta de apenas 0,42% em relação ao mês anterior. Em abril, o avanço na comparação com março havia sido de 2,39%. Em 12 meses, o preço desses produtos acumula aumento de 3,99%, e de 42,43% de janeiro de 2000 a maio deste ano. O grupo saúde encerrou maio com uma elevação de 0,80%. C.F.

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