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SP poderá plantar florestas para produzir energia

O Instituto de Economia Agrícola (IEA), ligado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento, vai fornecer um banco de dados de bioenergia com informações sobre área, produção, preço e comércio exterior para as culturas de cana-de-açúcar, grãos, oleaginosas, óleos combustíveis e florestas energéticas no Estado, entre outras.

O banco ainda está sendo alimentado e deverá trazer cotações, áreas de produção, vocação e outros dados de interesse de pesquisadores, produtores, indústrias, consumidores e demais interessados. A área de florestas energéticas ainda não está estruturada, mas o pesquisados Eduardo Castanho, do IEA, desenvolveu um trabalho que mostra a necessidade e viabilidade de somar 780 mil hectares aos 932 mil hectares existentes de florestas plantadas nos próximos 25 anos apenas para atender à demanda.

São Paulo é deficitário na geração de energia e historicamente importa petróleo, carvão vapor e carvão metalúrgico, situação que, segundo Castanho, não deverá ser modificada nos próximos anos. O estudo concentra-se na produção de carvão e lenha. A demanda por matéria-prima de origem florestal vinha caindo desde 1990, mas se recuperou nos últimos anos.

“A introdução do mecanismo de desenvolvimento limpo (MDL), inserido no âmbito do Protocolo de Kyoto, e limitações ao consumo de combustíveis fósseis via preço tendem a favorecer esse quadro, dando à biomassa florestal uma nova relevância”, afirma Castanho.

Um hectare de eucalipto plantado retira da atmosfera apenas pelo caule (não considerando galhos, folhas e solo) 10 toneladas de dióxido de carbono por ano, o que dá cerca de 70 toneladas até o primeiro período de corte, aos 7 anos. E, de acordo com o pesquisador do IEA, o plantio de árvores ainda representa no médio e longo prazos “uma baixa sensível nos custos de produção agrícola, com menores gastos com conservação do solo, em combate a pragas, em compra de materiais para cercas e construções e energia”. Além disso, as florestas oferecem renda extra como madeira, apicultura, exploração de gomas, resinas e outros produtos.

São Paulo tem 4,14 milhões de hectares de florestas, dos quais 3,21 milhões de florestas nativas e 932 mil hectares de plantadas. Destas, 747 mil hectares são de eucaliptos, 140 mil com pinus e 44,9 mil hectares com seringueiras. As florestas energéticas são consumidas por grandes indústrias, mas também por padarias, pizzarias e mesmo no varejo, naquele churrasco de fim de semana

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