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SP: comércio entre Brasil e árabes avança 60%

A corrente de comércio entre Brasil e países árabes atingiu US$ 9,4 bilhões no primeiro semestre com salto de 60% em relação ao mesmo período de 2007. Na avaliação o presidente da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Antônio Sarkis Júnior, as relações comerciais entre Brasil e o mundo árabe estão consolidadas e o objetivo agora é fortalecer o fluxo de investimentos. “Acreditamos que o Brasil será um grande produtor mundial. Esse sincronismo no agronegócio é fundamental para os dois países”, disse.

Com o desempenho comercial do primeiro semestre, a expectativa é que a meta inicial da câmara, de expansão de 10% na corrente de comércio neste ano, seja superada mais uma vez. Durante todo o ano passado, o intercâmbio foi de US$ 13,5 bilhões. “Nos últimos sete anos todas as metas foram superadas. Este ano vamos ultrapassar novamente e o aumento pode ficar em torno de 30%”, comenta o presidente da câmara.

Hoje, os produtos do agronegócio representam mais de 60% das vendas do Brasil aos países árabes. A receita com as exportações de produtos agropecuários no primeiro semestre de 2008 atingiu o recorde de US$ 2,4 bilhões, crescimento de 21,4% em relação ao período anterior. Os números estão acima do esperado pela câmara em virtude da crescente demanda por alimentos dos países árabes, que compram 90% daquilo que consomem.

“Não foi somente a desvalorização do câmbio que fez os números crescerem. A aproximação política também favoreceu muito o crescimento do volume de alguns produtos exportados pelo Brasil”, analisa Sarkis. Ele cita o caso dos embarques da carne de frango, que cresceram 23%, passando de 441,9 para 543,6 mil toneladas. A receita subiu de US$ 545 milhões para US$ 945 milhões (73,4%).

No entanto, os embarques de carne bovina caíram de 198,6 para 131,2 mil toneladas. Já a receita subiu 10,8%, de US$ 382 milhões para US$ 424 milhões. Só o segmento de carnes movimentou US$ 1,4 bilhão, alta de 47%. “A elevação nos preços da carne bovina diminuiu o consumo deste tipo de proteína. Mas no contexto geral, o cenário é positivo para este mercado”, prevê Júnior.

O crescimento da receita das exportações de ovos foi de 1.989%, com um total de US$ 17,9 milhões vendidos. Nos lácteos, os árabes passaram a ser o segundo maior mercado para o Brasil, importando US$ 48 milhões em derivados, um crescimento de 92% em relação a 2007.

No primeiro semestre deste ano, as exportações brasileiras avançaram 27,7% e totalizaram US$ 4,1 bilhões. Esse crescimento, no entanto, não foi suficiente para impedir o déficit de US$ 1,15 bilhão do Brasil no período, ante saldo positivo de US$ 590 milhões entre janeiro e junho do ano passado. No primeiro semestre de 2008, as importações de países árabes dobraram e atingiram US$ 5,3 bilhões.

De acordo com Sarkis, o déficit deve-se à forte elevação do preço do barril petróleo. As importações de combustíveis e óleos minerais no primeiro semestre somaram US$ 4,3 bilhões. A tendência, entretanto, é que até o final do ano o saldo negativo seja reduzido.

“As exportações brasileiras sempre aumentam no segundo semestre. Há um aumento significativo de importações pelos árabes principalmente de produtos alimentícios nos meses que antecedem o Ramadã (em setembro)”, justifica Sarkis Júnior.

O segundo item mais importado pelo Brasil foram os fertilizantes, que movimentaram US$ 359 milhões no primeiro semestre do ano. Segundo o representante da câmara, esse aumento ocorreu por causa do crescimento do setor do agronegócio brasileiro.

De acordo com Sarkis Júnior, a câmara trabalha no momento para a elevação dos investimentos entre os países. O comércio dos 22 países árabes com o mundo já chega a US$ 1,3 trilhão. Com um superávit de US$ 256 bilhões, segundo o presidente da câmara, eles têm priorizado investir em infra-estrutura e melhoria das condições de vida da população. “Isso tem criado um mercado consumidor mais forte”, afirma

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