JornalCana

Solução para a crise da energia

O que é preciso para viabilizar o empréstimo japonês, já que o Estado está com a capacidade de endividamento saturada? “Não é impossível”, garante o governador Alcides Rodrigues. Para ter acesso ao dinheiro, Goiás precisa providenciar autorização na Secretaria do Tesouro Nacional (STN) e do Senado Federal. “A aprovação é garantida, pois temos como provar que o incremento na arrecadação do ICMS será capaz de fornecer os meios para honrar o pagamento do empréstimo”, explica.

Com o empréstimo do banco japonês, seria viável a restauração de 4.500 quilômetros de rodovias pavimentadas em todas as regiões do Estado. Isso dentro das novas cargas estimadas pelo crescimento do setor sucroalcooleiro. Ainda no contrato com o JBIC, haveria a melhoria em rodovias vicinais não-pavimentadas, com meta de cinco mil quilômetros, cuja missão seria dar suporte ao tráfego de escoamento da cana-de-açúcar desde as fazendas até as indústrias.

A construção do alcoolduto é vital para a implantação do pólo agroindustrial no Centro-Norte do Brasil para produção de etanol para exportação, afirma o governador. Alcides, no entanto, está confiante de que a obra vai sair até 2010, já que a Petrobras demonstra interesse destacado no empreendimento. Para o governador, os técnicos da estatal brasileira já perceberam o potencial do etanol e já desenvolvem ações para serem os grandes empreendedores do setor.

CONFIANÇA

Alcides demonstra confiança de que o projeto tem viabilidade para ser concretizado. Ele parte do princípio de que o petróleo é uma fonte de energia finita, cara, poluente e suas principais reservas estão em locais de alta instabilidade política. Além disso, o preço do petróleo experimenta curva ascendente cada vez mais e não há indicativo de que essa tendência se altere, o que coloca em risco toda a economia mundial. Outro dado analisado por ele é que o aquecimento global é uma realidade, problema que deve se agravar nos próximos anos.

Com isso, Estados Unidos e a União Européia, para ficar em dois exemplos, anunciam a substituição de 20% da energia fóssil por energia renovável nos próximos anos. Japão e Coréia devem fazer o mesmo. Segundo a análise do governador, aí entra o Brasil, que tem experiência acumulada em décadas pelo uso regular da biomassa como fonte energética primária e se coloca como parceiro potencial no fornecimento de bioenergia para os EUA e também para União Européia e Japão.

A oportunidade de Goiás está nesse contexto, avalia Alcides. Em Goiás, existem hoje 297,15 mil hectares com o cultivo da cana-de-açúcar, que correspondem a 0,8% da área agricultável do Estado. Até 2010, implantado o projeto, esta área salta para 740 mil hectares, ou seja, 2% da área de Goiás. Hoje, são 18 usinas em operação. 22 estão em construção e devem operar até 2010 e outras 29 estão em projeto. A área apta para expansão da agricultura canavieira, apontada pelo zoneamento agroecológico, é de cerca de 10% do Estado (3,5 milhões de ha). “Temos todas as condições de sermos gigantes no setor sucroalcooleiro. Temos é que aproveitar a oportunidade que nos aparece com inteligência e planejamento. E é esta a proposta que o Estado está apresentando à sociedade e investidores”, diz Alcides.

Só para efeito de comparação, hoje, 57% do território goiano é ocupado por pastagens. O Cerrado domina outros 32%. A soja ocupa 6,8%; o milho, 1,9%; e outras culturas, 1,5%. Por enquanto, a cana-de-açúcar está em 0,8%. O crescimento da cultura canavieira se dará em cima das pastagens degradadas.

Inscreva-se e receba notificações de novas notícias!

você pode gostar também
Visit Us On FacebookVisit Us On YoutubeVisit Us On LinkedinVisit Us On Instagram