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Software pioneiro reduz custos para produtores de cachaça

Reduzir em até 20% os custos de produção e assegurar a completa rastreabilidade da cachaça. Estas são duas das vantagens de um software inédito no País, desenvolvido por uma empresa baiana por meio de uma parceria entre Sebrae/BA, Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação e Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado.

O programa Quali Brix – Sistema de Rastreabilidade da Produção da Cachaça foi lançado durante o II Congresso Brasileiro da Cachaça (Conbrac), realizado na semana passada em Salvador. Fabrício Campos, diretor da empresa que criou o software, assegura que o produto está de acordo com a legislação que prevê o Regulamento de Avaliação da Conformidade da Cachaça.

“O software reduz os custos na medida em que resolve problemas desde o início da produção, incluindo envazamento, comercialização e gestão. Para usar o software, o produtor só precisa acessar a internet, com um custo mensal que pode ser de cerca de sessenta reais”, explica Fabrício Campos.

O coordenador do II Conbrac, Massilon de Araújo, participou de perto da criação do software. Segundo ele, o programa criado na Bahia é inédito no Brasil e resulta na impressão final de um código de barras na embalagem da cachaça, em que o consumidor terá a garantia de origem da bebida. O produtor, por sua vez, ganha maior controle sobre o processo produtivo e sobre o custo de produção de cada garrafa. O software prevê cinco módulos integrados: produção agrícola e industrial, armazenagem, envelhecimento e envase, comercialização e gestão.

O II Congresso Brasileiro de Cachaça reuniu produtores, pesquisadores, apreciadores da bebida e profissionais nacionais e internacionais envolvidos em toda a cadeia produtiva. O coordenador do projeto de Derivados da Cana-de-Açúcar no Sebrae/BA, Paulo Mesquita, diz que o objetivo do congresso é encontrar soluções para os problemas do setor e promover um debate sobre o produto, t anto nos aspectos técnicos quanto nos comerciais.

Certificação geográfica

A cachaça baiana Abaíra pode ser a segunda do Brasil a ter o selo de Identificação Geográfica. Nelson Luz Pereira, vice-presidente da Cooperativa dos Produtores e Associados e Derivados de Cana-de-Açúcar de Abaíra, que reúne mais de 140 famílias, afirma que a cooperativa, em parceria com o Sebrae/BA, está em fase de finalização do trabalho de registro de certificação de Identificação Geográfica junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Segundo ele, o certificado vai representar mais vendas para a cooperativa.

Maria Célia Martins de Souza, pesquisadora do Instituto de Economia Agrícola, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, explica que a identificação geográfica é uma forma de reconhecimento da qualidade associada a sua origem. A identificação de origem leva em conta aspectos geográficos, de clima, de solo e o fazer do agricultor.

“A única cachaça com Identificação Geográfica é de Paraty, no Rio de Janeiro. O primeiro produto brasileiro a receber a identificação foi o vinho do Vale dos Vinhedos do Rio Grande do Sul; depois foi o café do Cerrado mineiro, e em seguida a carne do Pampa Gaúcho e por último a cachaça de Paraty. O selo de identificação é o reconhecimento oficial que ajuda a prevenir contra fraudes, já que é uma garantia de procedência”, explica Maria Célia, que é doutora em ciência ambiental.

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