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Sócios redesenham venda da Equipav

Uma mudança de postura dos acionistas do grupo Equipav, controlado pelas famílias Toledo, Vetorazzo e Tarallo, “travou” a condução do processo de venda das duas usinas sucroalcooleiras da companhia. O Valor apurou que os acionistas decidiram que podem abrir mão do controle da empresa para dar continuidade ao processo da venda, desde que se mantenham no negócio, e que eles desistiram de dar exclusividade a apenas um potencial comprador.

Uma renegociação de dívidas com bancos está quase concluída e gira em torno de R$ 500 milhões, cerca de um terço do débito total da empresa – que, no balanço de 31 de março de 2009, estava em cerca de R$ 1,6 bilhão, conforme fontes familiarizadas com o negócio. “Os contratos de renegociação com os bancos já estão assinados.”

Até o fim de 2009, os acionistas trabalhavam com a hipótese de ter um sócio estratégico para fazer um aporte. Assim, poderiam se manter no controle. No entanto, para muitos interessados nos ativos da Equipav esta opção não era interessante. Os atuais sócios da empresa também esperavam fechar exclusividade com uma companhia para prosseguir as negociações, como foi o caso da Santelisa Vale, que optou no meio do processo de venda estudar apenas a proposta da Louis Dreyfus.

Esta opção também tem sido descartada, uma vez que há muitas empresas interessadas na companhia, entre elas a Bunge, a indiana Shree Renuka, o fundo VREC (Vital Renewable Energy Company) e Rhodia. Cosan, Noble, São Martinho em parceria com a GP Investments, que também estariam no páreo, teriam saído deste processo, conforme apurou o Valor.

“Os acionistas achavam que a situação poderia se ajeitar, uma vez que o endividamento da companhia caiu e os preços do açúcar no mercado internacional mudaram a tendência pessimista do setor”! , disse outra fonte. Mas a liberação de financiamentos de bancos para o grupo a partir março, que estaria condicionada a um novo aporte da empresa, aceleram a decisão dos acionistas em vender os ativos.

O banco Santander, que foi contratado pelos acionistas, não está mais sozinho acompanhando a operação. A Inspire Capital foi contratada para assessorar o processo de venda.

O Valor apurou que o grupo está pedindo um preço alto pelas duas usinas, de um pouco menos de US$ 150 por tonelada de cana, quando a média do mercado está em torno de US$ 100. A proposta da Cosan foi descartada por estar muito abaixo deste valor, afirmaram as mesmas fontes. As duas unidades têm capacidade para moer cerca de 8 milhões de toneladas e projetos de cogeração de energia a partir do bagaço avançados. Nos próximos dias, as propostas das pretendentes deverão ser formalizadas. A Equipav foi procurada, mas preferiu não comentar.

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