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Sociedade Rural admite geração de 1,3 milhão de empregos rurais

A meta de gerar 1,32 milhão de empregos no agronegócio brasileiro em 2004 deverá ser alcançada. A opinião é do presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), João de Almeida Sampaio Filho. “O agronegócio tem demonstrado, ao longo desses anos, ser capaz de vencer grandes desafios e esse é mais um que nós vamos ter muito prazer em alcançar”, disse.

Na reunião da Câmara de Política Econômica, realizada na última semana, foi apresentada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva a estimativa de geração de empregos no agronegócio, a partir de projeções feitas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Hoje, no programa “Café com o Presidente”, Lula voltou a destacar o potencial do setor agrícola para a geração de empregos. “A nossa agricultura está crescendo de forma extraordinária, nós vamos exportar mais e isso vai ser combinado com uma boa política de investimentos na agricultura familiar e na reforma agrária, que já foi aprovado no final do ano passado”, disse o presidente.

O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, explicou que 400 mil empregos diretos devem ser gerados no campo, outros 340 mil em toda a cadeia produtiva e 580 mil como conseqüência da renda agropecuária.

Para Sampaio Filho, é preciso que o governo “faça a sua parte”, facilitando os mecanismos para a contratação de novos funcionários e novos empregos e ampliando o crédito para a aquisição de máquinas agrícolas. “Se todos esses fatores forem conseguidos, além de novos mercados e aumento das nossas exportações e da nossa produção, eu acho que a meta é possível de ser alcançada”, afirmou.

O presidente da SRB explicou que alguns segmentos agrícolas merecem uma atenção especial porque são grandes geradores de emprego. Entre os setores novos com grande potencial, destacou a soja (em toda a sua cadeia produtiva), borracha natural e fruticultura, “que no Nordeste tem um potencial enorme”.

Dois setores fundamentais, segundo Sampaio Filho, são Café e Leite. O setor do café, de acordo com ele, tem passado por dificuldades, “com uma produção enorme, mas preços ruins”. Já o do leite, que deverá sofrer conseqüências da crise da Parmalat, “deve merecer uma atenção especial do governo, porque também gera muitos empregos e é dominado por pequenos produtores”, observou.

O crédito agrícola também é outro ponto de atenção na análise do presidente da SRB. Ele informou que a produção da última safra consumiu em torno de R$ 90 bilhões em crédito e, desse total, o governo entrou com cerca de R$ 30 bilhões. “É pouco, em alguns momentos isso (o crédito) chegou a mais de 50%”, disse.

Sampaio Filho admite, contudo, que os produtores não devem contar só com financiamento do governo e que é preciso buscar alternativas, como o mercado futuro. Para isso, segundo ele, é necessário regulamentar o seguro agrícola. “É fundamental que o Brasil tenha o seguro agrícola e hoje isso é uma coisa que ainda está engatinhando. O Governo tem que investir nisso para desenvolver o mercado futuro que pode, sem dúvida alguma, ser uma fonte nova e importante de recursos para ampliar o limite de crédito”, afirmou.

O ministro Roberto Rodrigues disse que o governo espera um crescimento de 6,7 milhões de toneladas na safra agrícola de grãos esse ano, que deverá passar das 122,9 milhões de toneladas em 2003 para 129,7 milhões de toneladas.

Segundo Sampaio Filho, a Sociedade Rural Brasileira trabalha com uma estimativa de 130 milhões de toneladas para a safra de 2004, contando com boas condições climáticas. Essas previsões, de acordo com ele, levam a mais um desafio, que é o do escoamento da produção, sendo necessário investimento em logística, recuperação de estradas, armazenagem e na infra-estrutura portuária.

O ministro Roberto Rodrigues informou que recursos de R$ 200 milhões deverão ser liberados no primeiro semestre, pelo Ministério dos Transportes, para obras na malha rodoviária brasileira – responsável pelo escoamento de 90% da produção agrícola. (Fonte: Agência Brasil)

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