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Smith surpreende senadores ao negar crédito para biodiesel

O presidente do Banco do Nordeste do Brasil (BNB), Roberto Smith, surpreendeu ontem ,os membros da Comissão de Desenvolvimento Regional do Senado ao afirmar que não há nenhuma linha de financiamento aberta pelo BNB para a produção de biodiesel de mamona. Em audiência pública promovida pela comissão, Smith disse que os técnicos da instituição têm dúvidas sobre a segurança na produção, a capacidade de fornecimento e a produtividade da lavoura no Nordeste. Ele informou que, no momento, o banco examina apenas a possibilidade de financiar uma usina modelo para fazer uma avaliação técnica do projeto de produção do combustível e que ainda não há um valor estimado para este financiamento.

A surpresa dos senadores deve-se ao fato de que, recentemente, eles aprovaram uma medida provisória que prevê benefícios tributários aos produtores nordestinos de biodiesel. A respectiva lei foi sancionada anteontem pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O senador César Borges (PFL-BA) e a senadora Patrícia Sabóia (PPS-CE) afirmaram que votaram a favor do projeto, seguros de que haveria financiamento do BNB para ele.

O presidente do BNDES, Guido Mantega, tentou minorar a perplexidade dos parlamentares, afirmando que está sendo feito um levantamento e que “os percalços técnicos poderão ser superados”. Smith informou que iria reunir-se com a ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, para apresentar a ela as dificuldades técnicas que o banco enfrenta para financiar esse tipo de projeto. “Isso não significa uma negação à proposta, mas temos que ter certeza do que estamos financiando e do risco que estamos correndo”, afirmou, depois de admitir que tinha dúvidas “sobre projetos redentoristas”, referindo-se às vantagens e facilidades anunciadas pelo governo com a produção de biodiesel no Nordeste.

No governo, existe um confronto de propostas em relação à produção do biodiesel. Enquanto alguns setores vêem o projeto como inserido no agronegócio, o Ministério de Minas e Energia apresenta uma formulação de inclusão social, modulando o projeto para que ele seja dirigido a pequenos produtores. Daí o direcionamento para a produção de mamona, uma agricultura rude que produz com facilidade e com pouca tecnologia.

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