JornalCana

Sindipetróleo diz que preço na usina está 45% mais caro

O litro do etanol hidratado vendido nas usinas mato-grossenses está 45% mais caro neste mês se comparado com o mesmo período de 2010. De acordo com levantamento do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo, Gás Natural e Bicombustíveis de Mato Grosso- (Sindipetroleo) a alta nas indústrias “afeta o preço dos combustíveis nos postos de Cuiabá e Várzea Grande, alcançando também postos do interior de Mato Grosso”.

Conforme o Sindicato, o etanol anidro, que entra na composição da gasolina, também sofreu aumento e acima de 45% se comparado a 2010. Os números são semelhantes aos encontrados no mercado de combustíveis do estado de São Paulo, maior produtor de cana-de-açúcar do Brasil.

Como mostrou o Diário, na edição da última quarta-feira, o litro na bomba acumula alta de 86% em dois anos, após um novo reajuste de preços que elevou – no último final de semana – o valor de bomba para um dos maiores níveis já registrados para este período: R$ 1,99. Com isso, em plena safra ele pode deixar de ser competitivo em relação à gasolina, pois na comparação de preços, o hidratado atinge 69% do valor do derivado de petróleo, num teto limitado a 70%

Como explica o Sindicato, a majoração reflete duas variantes do mercado, quebra de safra e demanda pelo etanol em ascensão. “A quebra da safra de cana de 8,39% em todo o país, anunciada há 14 dias pela Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar) e a pressão dos carros flex são apontados como os motivos. Em Mato Grosso, essa quebra é de 5,5%”.

Os dados refletem a crise do setor. Com a presente necessidade de investimentos nos canaviais, a produção deste ano não atingiu a expectativa do início da safra e a Unica estimou que, em todo o Brasil, haverá 46,71 milhões de toneladas a menos para moer.

“Há usinas que planejam encerrar a safra no mês que vem e esse encerramento normalmente só ocorre em novembro e dezembro. Isso em um cenário de aumento nas vendas de veículos flex, só confirma que a oferta não vem acompanhando a procura”.

O secretário-executivo do Sindipetróleo, Bruno Borges, explica que os postos repassam as alterações ocorridas nas usinas e nas distribuidoras. “A revenda integra uma cadeia que é formada por usinas, distribuidoras e revenda, sendo que o último agente fica na ponta. Se as usinas e as distribuidoras reduzirem os preços, os postos têm o compromisso de reduzir valores nas bombas, bem como não é possível que os revendedores não repassem os reajustes, pois precisam manter o seu negócio”, explica Borges.

O diretor destaca também que está à disposição de todos para mais esclarecimentos. “Não são os postos que precisam justificar os reajustes, mas estamos à disposição para mostrar como funciona a cadeia de combustíveis”, acrescenta.

No último final de semana os preços do litro do etanol começaram a ser reajustados nos postos de Cuiabá e Várzea Grande, passando de cerca de R$ 1,65 a R$ 1,67 para valores entre R$ 1,98 e R$ 1,99, alta de R$ 0,32, ou, 20%. A alteração atingiu também a gasolina que cedeu de R$ 2,67 para até R$ 2,89, majoração de R$ 0,22, ou, 8,23%. No caso do etanol, a diferença de preços pode indicar um desembolso de R$ 15 a mais para cada 50 litros, ou, a cada ‘tanqueda’.

USINAS – Procurado, o Sindicato das Indústrias sucroalcooleiras de Mato Grosso (Sindálcool), informa que não tem pesquisa de preços e por isso não tem como avaliar o comportamento dos preços dos litros dentro das usinas. O diretor-executivo da entidade, Jorge dos Santos, lembra que o mercado é livre e destaca que se o revendedor está fazendo a comparação de preços, “deveria ter comparado com os preços de julho”. Santos completa dizendo que há alta de preços no estado de São Paulo, de R$ 0,05 para o hidratado e de R$ 0,15 ao anidro, para cada litro comercializado pela usinas.

Nos próximos dias, os usineiros se reunirão para avaliar os impactos das perdas de produção sobre os produtos. Segundo Santos, existem questões cruciais que precisam de respostas e que poderão decretar a tônica das próximas duas safras no Estado. “Sabemos que há quebra de 5,5% nas lavouras de cana, mas não sabemos o impacto disso sobre a produção de etanol e de açúcar”. (Marianna Peres com assessoria)

Inscreva-se e receba notificações de novas notícias!

você pode gostar também
Visit Us On FacebookVisit Us On YoutubeVisit Us On LinkedinVisit Us On Instagram