Sindicatos do setor sucroalcoleiro cobram empenho do governo
Os sindicatos dos metalúrgicos e dos motoristas e tratoristas de Sertãozinho (SP) pretendem reunir o setor canavieiro do país (usineiros, indústrias e trabalhadores) em torno de uma lista de reivindicações que deve ser divulgada em 15 dias. Segundo Ênio Cândido, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, a ideia é chamar a atenção da opinião pública sobre o arrefecimento, segundo ele, da produção de agroenergia no país – açúcar, álcool e energia provenientes da cana-de-açúcar.
Na avaliação do dirigente, a presidente Dilma Rousseff “não tem o mesmo entusiasmo com o segmento que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva”, disse. Ele ressalta a importância da atividade que reúne 80 mil fornecedores de cana, 4 mil indústrias de máquinas, insumos, dentre outras vinculadas ao setor que mantém 2,5 milhões de trabalhadores ligados à cadeia produtiva.
Segundo Cândido, as reivindicações, que serão levadas ao Palácio do Planalto, são decorrentes de um cenário desanimador, como a falta de renovação dos canaviais, menor colheita da safra 2011/12 e a diminuição de 21,7% dos 20 mil empregos gerados pelas cerca de 600 indústrias da cidade nos últimos tempos.
O futuro também não parece ser muito otimista conforme dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que revisou para baixo a moagem de cana-de-açúcar da safra 2012/13. De acordo com o órgão vinculado ao Ministério da Agricultura, o país deverá processar 596,6 milhões de toneladas da matéria-prima – ante 602,1 milhões previstos há quatro meses – porém, 6,5% acima do processado no ciclo 2011/12.
Por enquanto, a União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica) não se pronunciou sobre a manifestação dos sindicatos.
(Janice Kiss | Valor)
