Com a nova política de combustíveis de etanol da Índia, que prevê a adição de 20% do biocombustível à gasolina a partir de 2023, o etanol da cana-de-açúcar se firma cada vez mais como uma alternativa limpa e renovável para a mobilidade sustentável, visto que o combustível verde é capaz de reduzir em 90% das emissões quando comparado com a gasolina.
O Brasil e o país asiático têm mantido relações amigáveis e construtivas, que colaboram para o impulsionamento do setor sucroenergético, dos veículos flex e da redução das emissões poluentes.
O presidente-executivo do Sindicato da Indústria de Fabricação do Álcool na Paraíba (Sindalcool-PB), Edmundo Barbosa, foi convidado pelo ministro Bento Albuquerque, de Minas e Energia, para fazer parte da comitiva empresarial que visitaria a Índia ainda neste primeiro mês do ano. O principal objetivo da missão era aprofundar as conversações sobre a cooperação entre os dois países na área de mobilidade sustentável, com ênfase nos biocombustíveis e nos veículos flex fuel. Em razão do avanço da pandemia, a viagem foi suspensa.
“As relações entre as indústrias automotivas brasileiras e as indústrias indianas, que devem implementar a tecnologia flex, se tornam bastante maduras. Nós pudemos ver isso no último evento que aconteceu de forma online em substituição à missão que seria realizada na Índia. Existe um interesse muito determinado em substituir o combustível fóssil, ou seja, 20% da gasolina passará a ter etanol adicionado, isso já possui prazos definidos na legislação indiana. Até 2025, vamos ter a Índia utilizando 20% de etanol na gasolina, aproveitando dessa forma sua melhor possibilidade de produção de cana-de-açúcar e também de etanol”, ressaltou Barbosa.
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Com este cenário, as indústrias sucroenergéticas paraibanas serão beneficiadas de forma indireta, assim como todo o setor brasileiro. “O fato de a Índia passar a utilizar mais cana para a produção de etanol beneficia o mercado internacional como um todo e leva, cada vez mais, a indústria automotiva a optar com mais segurança pelo uso do etanol para a redução das emissões. Esse é o grande ganho neste relacionamento (Brasil-Índia), ampliação e valorização do setor sucroenergético brasileiro no mercado internacional”, diz o dirigente do Sindalcool-PB.
O resultado da adição de etanol à gasolina é fruto de missões anteriores do Brasil à Índia, que desde 2019 se coloca à disposição do país asiático com sua expertise em produção de etanol. Atualmente, a Índia adiciona 10% do biocombustível ao combustível fóssil para reduzir a poluição.
A Índia e o Brasil são os maiores produtores de açúcar no mundo. Com maior produção local de etanol, o país terá menores estoques de açúcar para a exportação evitando assim excessos de oferta no mercado mundial.
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Ainda não há previsão para um novo encontro presencial entre lideranças e representantes dos dois países. Entretanto, Brasil e Índia continuam com uma atividade de relacionamento intensa por meio virtual.
Contexto indiano
A Índia, que tem cerca de 1,38 bilhão de habitantes (2020), abriga 22 das 30 cidades mais poluídas do mundo e o ar mata mais de 1 milhão de pessoas a cada ano no país.
A determinação do governo indiano de uso crescente do etanol entre as montadoras e empresas de biocombustíveis segue acelerada. Vem ocorrendo o aumento na produção de etanol – que deverá passar para 10 bilhões de litros anuais quando a mistura à gasolina subir para 20% – e a fabricação de automóveis flex-fuel deverá ser efetivada.
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Segundo relatório recente da Agência Internacional de Energia (AIE), o país asiático deverá se tornar o terceiro mercado mundial de etanol, atrás apenas dos Estados Unidos e do Brasil até 2026.
A crescente adoção do etanol na Índia cria um leque de oportunidade de negócios para o Brasil com o país asiático.
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