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Sim, o etanol de milho veio para ficar

A iniciativa privada focada em produção de etanol de milho vivencia ritmo frenético no Brasil. Até dezembro próximo três novas plantas produtoras entram em cena, uma em Goiás e duas no Mato Grosso, berço do biocombustível feito do cereal.

Ao todo, serão dez unidades em produção. Mas no máximo em três anos outras dez deverão entrar em funcionamento.

“O biocombustível feito do grão veio, sim, para ficar”, afirma Ricardo Tomczyk, presidente da União Nacional do Etanol de Milho (UNEM).

Em que pese o cenário positivo, nem tudo são flores. Confira na entrevista que Tomczyk concedeu ao JornalCana em julho último, em Ribeirão Preto, durante evento da Fermentec.

Quantas unidades produtoras de etanol de milho temos hoje no Brasil?

Ricardo Tomczyk – Até o começo de julho, tínhamos 10 usinas em atividade no País, das quais três são autônomas. Dessas, duas ficam no Mato Grosso (a Safras e a JF Bioenergia) e a terceira está São Paulo, que produz etanol para outros fins.

Há previsão de mais inaugurações de unidades neste ano.

Ricardo Tomczyk – Sim. A Inpasa ficou de inaugurar unidade no Mato Grosso ainda em agosto. [A Etamil, da Coprodia, também deverá inaugurar sua unidade no Mato Grosso e a CerradinhoBio deve iniciar as operações de sua planta em outubro próximo em Goiás]

A UNEM representa as unidades produtoras e as empresas importadoras de etanol?

Ricardo Tomczyk – Não. A entidade representa as unidades produtoras de etanol, DDGs (grãos secos de destilaria), óleo e bioeletricidade. Também representamos os parceiros, fornecedores e entidades deles.

A produção de etanol de milho brasileira é recente.

Ricardo Tomczyk – Começou em 2012, com a Usimat, no Mato Grosso.

Embora focado na região Centro-Oeste do País, o etanol de milho veio para ficar também em outros estados?

Ricardo Tomczyk – Sim. Já temos uma usina operando no Paraná em modelo flex, com milho durante a entressafra canavieira. Em Minas Gerais temos vários projetos. E em São Paulo há várias empresas estudando implantar unidades.

E a questão do custo logístico, uma vez que a maioria da produção do milho está no Centro-Oeste?

Ricardo Tomczyk – O milho tem de vir do Centro-Oeste. A operação que imagino dar viabilidade no estado de São Paulo seria a operação flex. Já existe a planta industrial, que pode aproveitar o vapor, a tancagem, a destilaria, sem grandes investimentos. E operar com milho na entressafra quando ele tiver preço viável.

Qual é o preço ideal do milho do Centro-Oeste para se fazer etanol?

Ricardo Tomczyk – No Estado de São Paulo fica difícil fazer estimativa. No Paraná sei que a saca de 60 quilos chega a valer R$ 40. Mas tudo vai depender do preço do etanol, da saca do milho e do custo do vapor.

Qual é o milho empregado para fazer etanol?

Ricardo Tomczyk – O da segunda safra. Mais de 70% do grão empregado nas usinas é dessa safra, cuja colheita ocorre em julho.

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