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Setores mais promissores para o Brasil na Ásia

China

A literatura indica que os principais produtos com potencial para exportação brasileira à China são a carne de aves, suína e bovina, couros e peles, soja em grão, açúcar, álcool, tabaco não-manufaturado e suco de laranja. De todos esses mercados, a participação brasileira nas importações chinesas de carnes (frango, suína e bovina) e de couro e peles ainda é pequena e, no caso do álcool, há um grande potencial, mas ainda não há transações entre os dois países. Já o açúcar, a soja, o tabaco não-manufaturado e o suco de laranja, a participação é expressiva. Atualmente, o Brasil responde por 9,3%, 25,5%, 53,7%, 67% das importações totais chinesas desses produtos, respectivamente. As exportações do agronegócio, na média dos últimos cinco anos, representaram 46% de todas as vendas brasileiras para a China.

A inserção da China na OMC mostra-se como uma oportunidade para o Brasil, embora a redução das tarifas possa ser descompensada pela manutenção de intensas barreiras não-tarifárias. O aumento da frota de automóveis chinesa e o programa de utilização do álcool etílico como combustível, em implementação, também podem representar oportunidades.

Também foi pesquisado o desempenho das empresas quanto a exportações para outros países da Ásia-Pacífico. Apenas 33% exportam para três ou mais países da Ásia-Pacífico e 37% para nenhum outro que não os três países analisados. De modo geral, iniciativas de marketing foram apontadas como necessárias para os três mercados analisados. Somente 27% das empresas consultadas realizam ações de Propaganda & Marketing para outros países da Ásia-Pacífico.

Japão

Também neste caso, as variáveis identificadas como tendo os maiores impactos foram as domésticas (taxa de câmbio, de juros, escassez de linhas de financiamento, burocracia brasileira). Foram enfatizadas ainda a acirrada concorrência internacional, tarifas de importação elevadas e a burocracia japonesa. Nos últimos cinco anos, os produtos agropecuários representaram, na média, 53% de todas as exportações brasileiras para o Japão.

O Japão possui essencialmente a mesma pauta de importação que possuía há dez anos, mantendo alta a participação de produtos de baixo valor agregado, que são processados naquele país. Nos últimos cinco anos, diminuíram tanto o valor quanto o volume exportado pelo Brasil para este país. Esse comércio é dominado por trading companies japonesas. Segundo a literatura, os principais produtos com potencial para exportação brasileira são carne bovina, carne suína, pescados, café em grão, açúcar, álcool etílico, tabaco não-manufaturado, soja em grão, papaias, caqui, uva e manga. O Brasil, porém, ainda não exporta carne bovina, suína, papaia, caqui, uva nem manga; a participação do açúcar também é inexpressiva. Já para pescados, café, álcool, tabaco e soja, o País responde por percentuais razoáveis da importação total japonesa – 5,8%, 27,3%, 16%, 13,5% e 14%.

Os produtos orgânicos e o álcool são vistos como duas grandes oportunidades para o Brasil nesse mercado. A literatura aponta que as barreiras não-tarifárias impostas à carne bovina e à carne suína, inclusive as sanitárias; as barreiras fitossanitárias às frutas e os picos tarifários aos dois grupos de produtos desafiam a competitividade nacional.

Coréia do Sul

Quanto à Coréia do Sul, de acordo com as empresas amostradas, com destaque para as exportadoras de café, os fatores de maior efeito sobre seu desempenho foram novamente a taxa de juros, seguida da burocracia governamental no Brasil, dificuldade de acesso a linhas de financiamento, política cambial, tarifas de importação elevadas e concorrência internacional.

A maioria das empresas amostradas era de capital nacional, destacando-se dois grupos, um exportando há menos de cinco anos para esse mercado, e o outro há mais de dez anos. A realização de investimentos para exportar para estes mercados também foi ponto em comum a tais empresas.

O consumo per capta de alimentos na Coréia do Sul é o terceiro maior do mundo, segundo dados da FAO, justificando que este país seja um dos maiores importadores de produtos do agronegócio. Apesar disto, é um dos menores importadores do setor agroindustrial brasileiro, absorvendo apenas 1,12% do total agro exportado pelo Brasil nos últimos 13 anos. A parcela total é relativamente pequena, mas o agronegócio tem um papel representativo na pauta exportadora para esse país, respondendo, nos últimos cinco anos, por 39% da receita obtida. Vale notar que os volumes agro variam expressivamente, mas apresentam crescimento constante. O consumidor coreano tem alto poder aquisitivo para adquirir produtos de maior valor agregado e é bastante exigente em termos de qualidade e inocuidade dos alimentos.

A literatura indica como principais produtos com potencial para exportação brasileira para este país a carne bovina, carne suína, couros e peles, milho, complexo de soja, café, tabaco não-manufaturado, suco de laranja e álcool etílico. Desses, somente a carne bovina ainda não conseguiu participação de mercado e, a suína tem, por enquanto, apenas 0,1%; couros e peles estão em 1,5%. Já o complexo soja – grão, óleo e farelo – atinge percentuais por volta de 7%; o café torrado fica em apenas 2,7%, em grão, a 14%; para o milho, a participação atual é de 15,9%, para tabaco, 18,1%, suco, 82% e o álcool já representa, 28%, respectivamente. O “boi verde” brasileiro e o milho livre de transgênicos são vistos como dois produtos com potencial para exportação.

Outras informações podem ser obtidas através do Laboratório de Informações do Cepea, com a pesquisadora Sílvia Miranda.

Para entrar em contato, 19- 3429-8837 / 8836 e cepea@esalq.usp.br

(Fonte: Comunicação Cepea)

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