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Setor sucroenergético rejeita prorrogação da isenção do etanol dos EUA

Estamos unidos nesta luta, afirma fonte

Setor sucroenergético rejeita prorrogação da isenção do etanol dos EUA

O setor sucroenergético rejeitou a proposta do Ministério de Relações Exteriores para a prorrogação por mais 30 dias da isenção fiscal da cota dada para o etanol importado dos EUA.

O segmento defende a continuidade da negociação entre os países também para isenção em relação à entrada do açúcar brasileiro no país americano.

As principais entidades da cadeia produtiva sucroenergética foram consultadas pelo Governo Federal no início da noite desta terça-feira (1º), por videoconferência coordenada pela ministra da Agricultura, Tereza Cristina, com a presença dos ministros de Minas e Energia (Bento Albuquerque), Relações Exteriores (Ernesto Araújo) e do secretário de Comércio Exterior do Ministério da Economia (Roberto Frendt).

“Todos estamos unidos em prol do setor, não podemos mais aceitar esse benefício sem ter uma contrapartida americana e estamos esperando isso desde o ano passado”, afirmou uma liderança do segmento.

Alexandre Andrade Lima

Para Alexandre Andrade Lima, presidente da Federação dos Plantadores de Cana do Brasil (Feplana) – uma das entidades presente na reunião com os ministros, há entendimento sobre a importância da parceria do Brasil com os Estados Unidos, mas não é possível mais aceitar a proposta de prorrogação da isenção depois de 12 meses concedido para que eles pudessem resolver a questão sobre a entrada do açúcar brasileiro.

“Logo, de forma unânime, a decisão de todos do setor é que o governo Bolsonaro mantenha a negociação a esse respeito, mas agora sem a prorrogação”, disse.

Lima lembrou inclusive do impacto já causado aos 70 mil fornecedores de cana brasileiros pela entrada dos 750 mi de litros de etanol dos EUA sem taxação nos últimos 12 meses, inclusive durante a pandemia da covid-19 – período onde houve queda acentuada no consumo de etanol no Brasil.

Cerca de 80% de todo o etanol oriundo dos EUA é comercializado dentro do NE do Brasil

“Cerca de 80% de todo o etanol oriundo dos EUA é comercializado dentro do NE do Brasil, região na qual está em começo de moagem de cana para produção de etanol. Logo, é inconcebível validar a extensão do problema sobretudo agora e sem contrapartidas dos Estados Unidos”, disse Lima.

Por isso, o setor defende a continuidade nas tratativas sem nova prorrogação.  “Esperamos que nossa posição seja reconhecida pela comissão nacional responsável pela decisão final (Camex). Contudo, contamos com o apoio do Congresso Nacional, através da Frente Parlamentar da Agricultura, de modo que seja preservada a nossa posição em defesa da produção e do emprego no país através da cadeia sucroenergética do Brasil”, conclui.