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Setor sucroalcooleiro lidera investimentos

O setor sucroalcooleiro liderou os investimentos privados anunciados para a região de Araçatuba no primeiro semestre de 2003, segundo a pesquisa “Investimentos privados anunciados no Estado de São Paulo”, realizada pela Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados) nos primeiros seis meses do ano. Dos US$ 225,47 milhões de investimentos anunciados para a região, US$ 161,39 milhões, que correspondem a 71% do montante, são dirigidos à instalação ou modernização de usinas e de empresas prestadoras de serviço ao setor.

“A expansão da cana-de-açúcar puxou os investimentos na região de Araçatuba, contribuindo para que ela ficasse na 5ª posição no ranking do estado”, afirma o economista e analista da Fundação Seade, Guilherme Montoro.

O maior volume de investimentos na região apontado pela pesquisa da Fundação Seade é voltado para a instalação da usina Pioneiros, em Ilha Solteira, que demandará US$ 100 milhões, e para a implantação da usina Liberdade, em Nova Independência, orçada em US$ 50,62 milhões.

Em seguida, aparece o investimento de US$ 2,78 milhões na instalação de um terminal rodoferroviário para o transporte de açúcar e álcool em Araçatuba, realizado pelas empresas Sucden, Aralco e Unialco.

Na pesquisa, aparecem ainda os recursos destinados pelas usinas de açúcar e álcool na modernização e manutenção de seus equipamentos durante a entressafra, ainda no início deste ano. A Unialco, com sede em Guararapes, por exemplo, investiu US$ 3,2 milhões na automação de seu processo industrial, enquanto que a Destilaria Vale do Tietê S/A, de Araçatuba, destinou US$ 1,31 milhão na instalação de nova caldeira para aumentar a produção.

A destilaria Alcoazul, também instalada em Araçatuba, aparece na pesquisa da Seade, com US$ 1,02 de investimento na manutenção de seus equipamentos, antes do início da safra da cana, em abril. O setor sucroalcooleiro também recebeu investimento em Penápolis, segundo o levantamento. Trata-se da instalação da usina Everest, que demandará um total de US$ 5,57 milhões.

Além dos recursos aplicados nas usinas, a pesquisa mostra também os investimentos motivados pelo setor, como é o caso da recém-inaugurada unidade da Smar, empresa que se instalou em Araçatuba para prestar serviços de automação industrial às usinas de açúcar e álcool. A Smar investiu US$ 60 mil, segundo a Fundação Seade.

Os dados da pesquisa confirmam a tendência da expansão da cana na região. Segundo a UDOP (Usinas e Destilarias do Oeste Paulista), nos próximos cinco anos a região de Araçatuba deverá receber um total de R$ 1 bilhão de investimentos com a instalação de 10 destilarias. “Os investimentos passaram a ser direcionados para o Noroeste paulista porque a região representa a última fronteira da cana no estado de São Paulo”, afirma o presidente da UDOP, Luiz Guilherme Zancaner.

Isso ocorre, afirma, porque a região possui disponibilidade de área para o cultivo da cana, ao contrário do que ocorre em outras regiões, como Piracicaba e Sertãozinho, que são grandes produtoras de açúcar e álcool, mas que enfrentam limitação para ampliar a produção da matéria-prima.

RANKING – Na pesquisa realizada pela Fundação Seade em todo o estado de São Paulo, a região de Araçatuba apresentou uma queda de 47,50% na captação de investimentos privados no primeiro semestre de 2003 em comparação com o mesmo período do ano passado. Nos primeiros seis meses de 2003, foram anunciados US$ 225,47 milhões, contra os US$ 429,48 milhões em 2002.

A região recuou da 3ª para a 5ª posição no ranking de investimentos do estado de São Paulo, mas a retração, entretanto, está longe de ser uma má notícia, segundo o economista e analista da Fundação Seade, Guilherme Montoro. É que no ano passado, diz ele, estava previsto um total de US$ 350 milhões só na instalação de uma termelétrica em Andradina, por isso houve uma queda acentuada no volume de investimentos anunciados para a região.

Ao retirar o volume de recursos destinado à termelétrica no ano passado, dos US$ 429,48 milhões de investimentos anunciados no primeiro semestre de 2002, sobram apenas US$ 79 milhões, montante 64,9% inferior aos US$ 225,47 captados nos primeiros seis meses de 2003.

“A região de Araçatuba apresentou um excelente resultado, principalmente se compararmos com outras regiões do estado”, afirma Montoro. “Araçatuba só ficou atrás de regiões onde os investimentos normalmente se concentram, como a Grande São Paulo, Campinas, São José dos Campos e Baixada Santista”, completou.

A pesquisa foi realizada pela Fundação Seade de 1º de janeiro a 30 de junho, com base nas publicações de anúncios de investimentos em mais de 100 veículos de comunicação do estado, inclusive na Folha da Região. O levantamento aponta que, no estado de São Paulo, foram investidos de US$ 7,37 bilhões nos primeiros seis meses de 2003, contra os US$ 7,23 bilhões no mesmo período do ano passado.

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