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Setor sucroalcooleiro garante avanço do emprego industrial em SP

O emprego na indústria paulista cresceu pelo terceiro mês consecutivo em março, influenciado pelo desempenho do setor sucroalcooleiro, responsável por mais da metade das vagas criadas no período.

Levantamento feito pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), divulgada nesta terça-feira, mostra que no mês passado foram abertas 18 mil vagas, um alta de 0,84 por cento ante fevereiro, considerando os dados sem ajuste sazonal. Do total de postos criados, 64 por cento, ou 11.500 postos, vieram das indústrias de açúcar e álcool.

No primeiro trimestre, o índice de emprego da indústria paulista cresceu 2,73 por cento, o que corresponde a 57 mil novos postos de trabalho. Desses, 42 mil foram abertos no setor sucroalcooleiro.

“Estamos observando um forte peso da indústria de açúcar e álcool na criação de empregos em São Paulo… Em 2007 vamos colher uma área 7 por cento maior do que em 2006 e também tem o plantio que está sendo feito para a próxima safra”, disse Paulo Francini, diretor do departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp.

O setor de Fabricação de coque, refino de petróleo, elaboração de combustíveis nucleares e produção de álcool aumentou em 11,44 por cento o número de postos de trabalho em março ante fevereiro, acumulando no ano salto de 23 por cento.

O segmento de Alimentos e bebidas também destacou-se em março, puxado pelo açúcar, e registrou avanço do emprego de 2,58 por cento.

“Estamos felizes por essa criação de empregos, mas temos que ressaltar que não são empregos típicos da indústria, porque são mais no campo e são empregos de baixa remuneração e especialização”, afirmou Francini, acrescentando que há geração de vagas também nas usinas, mas que os trabalhadores braçais compreendem a maior parte das contratações do setor.

Francini voltou a dizer que descontado esse movimento da safra da cana, a indústria segue morna, por conta principalmente do impacto do dólar baixo, que está perto de romper a barreira dos 2 reais.

O VILÃO CÂMBIO

O diretor da Fiesp afirmou que embora algumas indústrias venham cortando custos para sobreviver ao câmbio, outras já encerram suas atividades.

“Tem um câmbio que mata. O que as indústrias têm que descobrir é qual câmbio é esse. Alguns setores vão achando formas de contornar isso e outras empresas, como de tecidos e calçados, fecham.”

Questionado sobre quais medidas poderiam ser tomadas para conter a queda do dólar, Francini preferiu não dar sugestões. “Compete às autoridades.”

Mas ele acrescentou que a experiência de outros países mostrar ser possível adotar medidas como regras de ingresso e saída de capital e taxas sobre exportações, “coisas que ninguém tem coragem de fazer” por trazerem repercussões setoriais e políticas.

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