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Setor sucroalcooleiro garante alta do emprego em março, mostra Fiesp

A antecipação da colheita da cana de açúcar em São Paulo garantiu um número positivo de geração de empregos na indústria paulista em março, que cresceu 0,31% frente a fevereiro na avaliação sem ajuste sazonal. Dados divulgados hoje pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) mostram que o setor sucroalcooleiro criou 26.933 postos de trabalho no mês passado, enquanto os demais setores industriais fecharam, juntos, 19.433 vagas no período.

Sem a contribuição desse segmento, portanto, o emprego industrial da região teria caído 0,9%. Em termos ajustados, o nível de emprego caiu 0,20% de fevereiro para março. Essa distorção fica mais evidente na análise por região: no interior paulista as contratações subiram 1,33% enquanto na grande São Paulo a variação ficou negativa em 1,05%. Na contagem por setor, apenas cinco dos 22 setores industriais de São Paulo abriram vagas no mês.

O aumento de 0,31% é o pior desempenho para meses de março desde 2006, mas Paulo Francini, diretor do Departamento de Pesquisas Econômicas (Depecon) da Fiesp destaca que esse é o primeiro resultado positivo desde setembro do ano passado, quando a crise internacional se agravou e o emprego industrial ainda havia subido 0,41%. De lá para cá, o saldo mensal de empregos no estado foi negativo, inclusive em janeiro e fevereiro, quando se esperava uma retomada.

“Percebe-se uma melhoria após um período longo de retração”, diz o dirigente. Ele acredita, entretanto, que ainda não é possível apostar em estabilidade após a onda negativa registrada pela indústria nos últimos meses. Segundo Francini, as incertezas sobre o patamar em que a economia, a indústria e o emprego se estabilizarão persistem no mundo todo e, consequentemente, no Brasil também. A entidade, portanto, continua se abstendo de fazer projeções para este ano.

Francini destaca ainda que o comportamento de contratações no setor sucroalcooleiro, cuja alta foi de 23,3% no mês passado, também pode ser considerada atípica em relação aos últimos dois anos. Normalmente, o setor começa as contratações em março, mas acentua esse processo apenas em abril.

A antecipação da colheita, segundo ele, está associada à necessidade de geração rápida de caixa por parte das empresas, também devido ao ambiente de retração econômica e dificuldades de crédito. A estimativa da Fiesp é de que o mês de abril tende a trazer resultados positivos também por conta do resíduo das contratações para o período de colheita da cana.

Os aspectos negativos gerados pela crise, entretanto, continuam evidentes no indicador. As demissões na Embraer, por exemplo, resultaram em queda de 2,7% do emprego no setor de equipamentos de transporte, exceto veículos automotores. Mesmo na indústria de veículos automotores, favorecida pela redução do IPI, a baixa do emprego no mês foi de 1,7%. Em metalurgia a queda foi de 2,6% e em máquinas e equipamentos houve retração de 1,9%.

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