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Setor sucroalcooleiro articula marco regulatório dos biocombustíveis

O setor sucroalcooleiro articula a criação de um marco regulatório para os biocombustíveis. A direção da Agroindústria Canavieira de São Paulo (Unica) já agendou um amplo debate sobre o assunto, que acontecerá na Câmara, em 14 de outubro. A iniciativa tem como objetivo evitar que o etanol seja encoberto pelo furacão de discussões que envolvem o pré-sal e perca status na composição da matriz energética nacional. O setor não quer perder investimentos, que já minguaram com a crise econômica.

“Os pontos que devem ser contemplados no marco regulatório são tributação, comercialização, regulação para alcoodutos, pesquisa e desenvolvimento e geração de emprego”, disse o presidente da Unica, Marcos Jank, durante o fórum “O Novo Cenário Energético Mundial e as Oportunidades para o Brasil”, promovido nessa quinta-feira (24) pela revista EXAME em São Paulo

Ainda segundo ! ele, o setor já teria apresentado essas ideias para a ministra Dilma, que deve criar um grupo para discutir as propostas. Em relação às questões tributárias, Jank exemplifica que os pontos que devem ser abordados pelo marco regulatório dos biocombustíveis envolvem as diferenças entre os Estados, ajustes no PIS/COFINS e a forma atual de recolhimento da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide).

Ele também disse que o etanol não conseguiu se desenvolver no mercado de capitais. “Hoje o mercado futuro do etanol vive praticamente na Idade da Pedra”.

Para Jank, é preciso acelerar o ritmo dos atuais projetos que envolvem a implantação de alcooldutos, que seguem em marcha lenta desde que a crise econômica começou. “Hoje exportamos 70% do nosso açúcar e só 15% de álcool. Se a fatia de álcool for ampliada, vamos precisar de alcooldutos, não há saída pela via tradicional. Vamos precisar de trens e de todos os modais”.

Ainda segundo o presidente da Unica, outro p! onto que deve ser esclarecido pelo marco regulatório dos biocombustíveis está na concorrência entre o álcool e a gasolina, que tem preços tabelados.

Jank descarta que os investimentos do etanol tenham sido apenas efeito de uma bolha passageira. “O que fez com que o setor tivesse dificuldades foram dois fatores: preços ruins e um forte corte na liquidez. Estamos em um processo de consolidação que a meu ver é positivo. Se você olhar para o mercado, hoje nós estamos no maior preço histórico de açúcar em 40 anos por falta do produto no mundo. Temos uma extensa frota de veículos flex, o que amplia a expectativa de consumo de álcool e há ainda potenciais para bioeletricidade e exportação de etanol”.

O diretor-geral da Amyris Pesquisa e Desenvolvimento de Biocombustíveis, Roel Collier, concorda com as projeções de Jank. “O Brasil é o único país do mundo que possui uma fonte de energia alternativa ao petróleo viável e sustentável: a cana-de-açúcar. O mercado já tem consciência dos efeitos cíclicos que afetam o setor sucroalcooleiro”, disse Roell que também foi um dos participantes do Fórum, promovido pela revista EXAME.

Ainda segundo Roell, no futuro, as oportunidades de negócios vão estar em biorefinarias que irão utilizar a cana como insumo para a fabricação de produtos de alto valor agregado como diesel 100% limpo e produtos químicos.

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