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Setor retém açúcar no porto

As melhores remunerações previstas para o açúcar no próximo ano estão elevando os estoques do produto no Brasil.

Usinas e tradings postergaram embarques e carregam o produtor para vender em melhor momento. Não há estimativas de quanto está estocado, mas segundo traders, os armazéns nos portos brasileiros estão lotados. “Tem açúcar e navio à vontade, conforme a preferência do cliente. E com desconto”, resume o trader que preferiu não se identificar.

Na terça-feira, os descontos para o açúcar (VHP) sob a tela da Bolsa de Nova York (Nybot, atual CME Futures), estavam em 140 pontos. Na mesma época do ano passado, esse desconto estava no patamar de 49 pontos.

Carlos Costa, analista de gerenciamento de risco da FCStone, pondera que os descontos bem maiores em dezembro deste ano se deve a uma elevada oferta física de açúcar no curto prazo no Brasil e a uma demanda mais fraca. Há notícias no mercado de que uma grande tradings de açúcar está recebendo 900 mil toneladas do produtor até 15 deste mês por conta do fechamento da tela de outubro da Nybot.

“Mas também é preciso considerar que os descontos estão maiores para compensar o câmbio valorizado”, explica Costa.

Plínio Nastari, da consultoria Datagro, diz que o volume de açúcar estocado no Brasil é grande mas, os estoques não se justificam por falta de demanda. “O que ocorreu é que foi feita rolagem de embarques, que geralmente ocorrem entre julho e outubro, para embarque na tela de março, que estava remunerando melhor”, diz Nastari.

Mas há algumas discordâncias entre os agentes de mercado sobre a razão do volume alto de açúcar estocado no Brasil. “Os compradores do mundo todo estão com dificuldades de crédito e o ritmo de navios está lento”, diz um trader.

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